Confirmado: objeto gigante vindo da Nuvem de Oort é mesmo um cometa

Há um cometa vindo em direção ao Sistema Solar — e não é um cometa qualquer. O objeto C/2014 UN271 vem de muito longe, especificamente da Nuvem de Oort, onde a observação astronômica é muito limitada. Além disso, é um cometa gigante, de proporções realmente impressionantes. Ele ganhou agora o nome oficial de Bernardinelli-Bernstein porque Pedro Bernardinelli e Gary Bernstein, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, são os astrônomos que o encontraram — e Bernardinelli é brasileiro, por sinal.

Nosso Sistema Solar pode não ser muito grande quando estamos acostumados a ver imagens de galáxias e aglomerados de galáxias, mas é grande o suficiente para não sermos capazes de saber o que há nas regiões periféricas, onde a luz solar não alcança. Uma dessas áreas é a Nuvem de Oort, e ainda há muitas perguntas sem respostas sobre ela. Sabemos que ali se concentram um montão de pedregulhos, mas não há informações sobre a composição deles.

Para a nossa sorte, alguns desses objetos eventualmente passam perto da Terra, e temos a oportunidade de observá-los para aprender mais sobre nosso “quintal cósmico”. Claro, pode demorar muito tempo para que a órbita de uma dessas rochas a traga para perto do Sol, mas, quando isso acontece, é um grande evento. Esse é o caso do cometa Bernardinelli-Bernstein, mas há muito mais sobre ele que merece atenção.

A princípio, parecia difícil determinar se este objeto é mesmo um cometa, porque ele não apresentava a clássica cauda em imagens anteriores, nos arquivos de telescópios que fotografaram o C/2014 UN271 “acidentalmente”. A ausência de cauda é porque o cometa está muito longe do Sol — as caudas são resultado da ação dos raios solares, à medida que esses objetos se aproximam da nossa estrela e acabam se aquecendo. Felizmente, uma observação da rede do Observatório Las Cumbres mostrou que o C/2014 UN271 agora tem um coma de gás e poeira ao redor, características de um cometa se aproximando do Sol.

As estimativas são de que o Bernardinelli-Bernstein é cerca de mil vezes mais massivo que um cometa típico. Além disso, ele tem uma órbita extremamente alongada, que o leva para se “perder” dentro da Nuvem de Oort por muitos de milhões de anos, para só depois viajar novamente em direção ao Sol. É o cometa mais distante a ser descoberto antes de entrar nas órbitas planetárias, o que dará aos astrônomos alguns anos para vê-lo se aproximando.

 

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