Pontos que valem a passagem ainda são pouco visitados em MS

Fora das rotas turísticas de Mato Grosso do Sul, o mapa do Estado “esconde” pontos de riquezas naturais que são pouco explorados, porém, dignos de pelo menos uma “paradinha” para desfrutar das belas paisagens.

Na estrada que liga Campo Grande a Aquidauana, a mais ou menos 150 quilômetros da Capital, o Morro do Paxixi abriga verdadeiras belezas naturais e é um perfeito camarote para quem aprecia o espetáculo do pôr do sol sul-mato-grossense.

O passeio pode ser feito em uma tarde. A caminhada ecológica começa no pé do morro e termina no pico, em um local que dá visão privilegiada para contemplar o sol se despedir do dia. E o Folha 1 MS foi conferir de perto este presente da natureza.

O acesso até o morro é pelo distrito de Camisão. Após sair da rodovia, a maior parte da estrada é de terra e a condição da pista é boa. A paisagem é praticamente a mesma observada nos caminhos que ligam as cidades no Estado, com muito pasto, boiadas e vegetação.

Passando Camisão, começa de fato o trajeto que leva até o Morro do Paxixi. A estrada estreita se divide em parte de terra e outra de asfalto. É possível fazer boa parte do percurso de carro, mas, para os mais aventureiros, também pode ser feito de bicicleta ou a pé.

No meio do caminho, há duas cachoeiras. A primeira é menor e de fácil acesso, sendo possível avistá-la sem dificuldade. Mas para chegar até a segunda, que é bem maior, é necessário passar por uma trilha mais complicada, por isso não é muito visitada.

Contudo, nas duas quedas d’água dá para tomar banho e se refrescar do calor habitual que faz em Mato Grosso do Sul. Independente do sol escaldante que faz na região, principalmente no verão, a água das cachoeiras é bem gelada. E do outro lado da primeira cachoeira, há uma paisagem muito bonita que completa a trilha, com rochas, um riacho e rica em vegetação.

O percurso continua pela estrada estreita. De uma lado, barranco, árvores e até um bambuzal. Do outro, o paredão do Morro Paxixi. A trilha sobe e em diversos pontos fica bastante íngreme. Mas nada desanimador, pois toda a paisagem e as surpresas do percurso compensam qualquer cansaço.

De carro é possível chegar somente até o trecho onde estão localizadas diversas antenas de rádio, televisão e celular, no pé do morro. A partir de lá, a estrada começa a ficar ruim e arriscado para seguir de carro, mas o sinal de telefonia móvel pega, muitas vezes, até melhor do que na cidade.

A pior parte do percurso é chamada de “Pedra Solta”, devido à quantidade de pedras que há no trecho. “Este é o pedaço da estrada que os ciclistas mais gostam, porque é o mais difícil e perigoso para passar de bicicleta”.

De Camisão até o Morro do Paxixi são aproximadamente 6 quilômetros. Mas a vista contemplada do pico compensa toda a caminhada, ou pedalada. Do alto do morro, que está no final da Serra de Maracajú, é possível avistar o começo da planície do Pantanal. De fato uma paisagem privilegiada do Cerrado sul-mato-grossense.

 

Ao final da tarde, assim que o sol começa a se despedir do dia, o clima fica mais ameno, o vento sopra suave e mais fresco, chega até a assoviar. “A melhor época para ir é em outubro, quando o sol se põe bem de frente para o morro”.

Para completar a cena, os pássaros tomam conta do céu, em uma dança com o ar. A cantoria, vinda de todos os lados e várias espécies, como periquitos e araras, também faz parte do show gratuito da natureza.

Até o sobrevoo dos urubus, que se aninham no paredão do morro, é uma cena impagável. A imagem da ave preta e grande, que para muitos chega a ser repugnante, se torna admirável ao ser vista de perto.

Enfim, o sol se põe e o céu se transforma em uma aquarela, em meio às nuvens que perecem se dissolver com o ar, sendo arrastadas pelo vento.

A noite cai e dá lugar à lua e às estrelas. É hora de retornar. Para o caminho de volta é bom ter em mãos uma lanterna, já que o trajeto será feito no escuro.

 

 

O ecoturismo noturno também promete uma vista incrível do céu, longe das luzes urbanas. E assim termina o passeio. Independente se for feito de carro, bicicleta ou a pé, a natureza garante a recompensa de cada quilômetro percorrido.

Marcelo Barone – Folha 1 MS

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