Matopiba deve dobrar produção de grãos nos próximos dez anos

Os resultados da última década apontam que a Matopiba tem potencial para dobrar o volume da produção de soja e milho, que já cresceu 96% e 49% Composta pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a região chamada de Matopiba, tem o agronegócio como fonte econômica e entre as principais culturas agrícolas se destacam o cultivo de soja e o milho para exportações. A produtividade é crescente a cada ano e os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, prevê que na próxima década o Brasil será o maior fornecedor mundial de soja (49%) e o segundo maior de farelo de soja (26,9%). Os resultados da última década apontam que a Matopiba tem potencial para dobrar o volume da produção de soja e milho, que já cresceu 96% e 49%, respectivamente. De acordo com a projeção divulgada pelo Ministério da Agricultura, para 2028 e 2029, sobre o agronegócio brasileiro a área que será utilizada para a ampliação da plantação de grãos, em relação aos dias atuais. Foto: Jessé Macedo As áreas que vem sendo expandidas, nos Estados mencionados, têm características próprias para a agricultura moderna, o que facilita o emprego de novas tecnologias. Além de planas e extensas, os solos são potencialmente produtivos e possuem o essencial: disponibilidade de água e clima propício com dias longos e com elevada intensidade de sol. As estações de seca (abril a setembro) e de chuva (outubro a março) são bem definidas, garantindo certa segurança à produção agrícola. Entre os entraves e a limitação para a produção, destaque para as péssimas condições de logística, especialmente transporte terrestre e portuário. A limitação da comunicação e a ausência de agências bancárias em algumas áreas também são fatores negativos, além de alguns investidores passarem por insegurança, por causa de questões fundiárias. Correntina-BA / Foto: Julia Menêzes Segundo levantamento feito pelo Grupo de Inteligência Estratégica (GITE) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o MATOPIBA reúne 337 municípios e representa cerca de 73 milhões de hectares. Existem na área, aproximadamente 324 mil estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas e 781 assentamentos de reforma agrária. Foto: Lucian Rocha Carvalho / @lucianrc O pesquisador da Embrapa Soja, Leonardo José Motta Campos, ressaltou que esta nova fronteira agrícola vem atraindo sojicultores interessados em terras com valores mais acessíveis, quando comparados às do Centro-Oeste brasileiro, mas alertou quanto às condições climáticas. “Mesmo com boas produtividades registradas na região, fatores ambientais como, a disponibilidade de água, as altas temperaturas e a radiação solar podem interferir na estabilidade e no incremento dos níveis de rendimento. A restrição de água durante o ciclo pode ser considerada a principal limitação da produtividade, especialmente durante a fase reprodutiva (floração e enchimento de grãos)”, enfatizou. É no Oeste baiano que está concentrada a maior produção entre os municípios do MATOPIBA, com destaque para o município de Luís Eduardo Magalhães, onde as culturas são alternadas entre soja, milho e algodão. No Estado da Bahia estima-se que na safra 2020/2021 sejam cultivados cerca de 3,2 milhões de hectares de lavouras graníferas, com a produção estimada em 10,4 milhões de toneladas de grãos e 500 mil toneladas de fibras de algodão. Nos números, comparados à safra passada, a área cultivada aumentou 4,5% (138,9 mil hectares). Com cerca de 65% de toda expectativa da produção da Bahia, a soja continua sendo o carro-chefe, seguida pelo milho (23%) e pelo algodão (7%) – excluindo a fibra. A produtividade de grãos em solo baiano estimada para 2020/21 é de 3.240 kg/ha. Já a produção estimada para o mesmo período (grãos)é de 10.484,3 mil toneladas. De acordo com o Secretário da Agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira, “a região onde está inserido o MATOPIBA é de extrema importância porque detém os melhores índices de produção e produtividade, tanto na soja como no algodão e no milho. A soja se destaca como uma das melhores produtividades no país, seguida pelo algodão e também pelo milho. Vale ressaltar que além da produtividade há um trabalho muito importante dando ênfase sobretudo à questão social e ambiental. A Gestão Estadual acompanha e dá o suporte, principalmente no acompanhamento da bacia do Urucuia, dos canais de irrigação, com suporte técnico e incentivando a expansão da área”, disse. O Governo da Bahia também atendeu a Associação Baiana de Produtores de Algodão e a Associação Baiana de Irrigantes e reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do milho de 12% para 2%. “Isso irá favorecer o retorno econômico dos produtores de milho de todo o Estado e também da avicultura. Quero ratificar a importância do Oeste baiano e do MATOPIBA e vamos buscar a curto prazo um diálogo com todos os secretários de Meio Ambiente desses estados para buscarmos soluções conjuntas”, reiterou o secretário. Foto: Mundo Agro João Carlos destacou ainda, outro projeto em andamento para a região Oeste. “O plantio de cacau é uma realidade pela excelente produtividade chegando a 200 arrobas por hectare, e, já há uma procura muito grande por mudas e tecnologia sobre o fruto. Não tenho dúvida que a região passa a ser uma referência no plantio de cacau, então vamos ter a soja, vamos ter o algodão, o milho e o chocolate da região do MATOPIBA”, concluiu.

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