Fundação de Cultura leva Oficina de Modelagem em Argila Bichos do Pantanal

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, por meio de sua Gerência de Desenvolvimento de Atividades Artesanais, levou para o município de Nova Andradina a Oficina de Modelagem em Argila Bichos do Pantanal. Participaram também moradores do distrito de Nova Casa Verde e professores da Apae de Nova Andradina.

Sexta-feira (18) foi o dia de finalizar as obras com pintura. “Hoje é o dia da técnica de pintura. Iniciamos no dia 11 com a técnica da modelagem, de colocar também o jornal por dentro para se tornar leve e não ter perda, a modelagem dos bichos do pantanal que são a onça, tuiuiú, capivara, e hoje estamos finalizando com a pintura”, explica o ministrante da oficina, Cleber de Brito.

Na vida do professor Cleber, o artesanato veio de família. “O artesanato para mim veio de família, começou com um tio que foi passando para os sobrinhos, para os filhos… então toda a família hoje mexe com artesanato, eu vivo do artesanato desde 1984. O artesanato para mim hoje é minha história de vida, o que eu tenho, o que eu construí, criei os meus filhos, tudo é do artesanato. O artesanato a princípio para eles pode ser uma terapia, uma inspiração e se tornar também uma fonte de renda, pode ser uma fonte de renda extra ou a principal”.

Um dos participantes da oficina, Victor Ricardo Vitor, professor de Educação Física, explica que desde pequeno tinha uma veia artística para o artesanato. “Desde criança sempre fui meio arteiro em fazer carrinhos de brinquedo, pipa e hoje eu tive a oportunidade de aprender algo diferente, que é com argila. Não é fácil. Porém, quando a gente vai tendo a ajuda do Cleber, que é o professor, a gente vai vendo que vai saindo uma obra-prima e quando terminamos nem dá pra imaginar que foi a gente mesmo que fez”.

Para Elaine Alves Arruda, professora de Artes Visuais da Apae, a oficina veio ao encontro da realidade da instituição em que ela trabalha. “Esse curso que a gente está fazendo de argila veio de acordo com a realidade que a gente tem lá porque, na Apae, a gente trabalha muito na prática. Tudo o que a gente está aprendendo aqui a gente já tem planos de levar para lá. Esse curso está trabalhando muito a questão da nossa cultura e os alunos já estão ansiosos esperando para a gente começar a trabalhar lá. A gente já tem uma visão melhor, já aprendemos outras técnicas, e já vai se organizando para poder passar lá. Estamos levando essa cultura, esse ensinamento com os nossos alunos especiais que também têm habilidades para serem desenvolvidas”.

Ana Lúcia Ferreira Vasconcelos, diretora da Fundação Nova-andradinense de Cultura, diz que a parceria do Município é de fundamental importância. “A gente precisa dessas parcerias porque para a comunidade aprender técnicas novas. Aqui, temos um povo muito talentoso, um pessoal muito esforçado, e eles atendem a essa demanda. Então, essas oficinas que a Fundação de Cultura está trazendo, além de ser uma novidade para muitos, a modelagem em argila, esse forno que o professor ensinou, que é um forno que pode ser feito, qualquer um pode ter na sua casa, que foi feito com latão de óleo diesel vazio, então para quem não tem o poder aquisitivo de comprar um forno pode estar usando esse forno para queima, e as pessoas que fizeram vão poder ter um extra, além de estar fazendo uma terapia na execução dessas oficinas de argila, vão poder depois reforçar o orçamento doméstico”.

Ana Lúcia conta que ficou muito satisfeita com esta oficina pois proporcionou a participação de mães de alunos da Apae, professores da Apae e até mesmo moradores do distrito de Nova Casa Verde. “Aconteceu uma coisa nessa oficina agora que eu fiquei assim muito satisfeita. A gente ligou, a gente fez propaganda, divulgação das aulas, mas ainda tinha três vagas. E aí eu convidei os professores da Apae, porque eu acho que os professores da Apae, fazendo o curso, vão poder repassar para um maior número de pessoas. Eles têm os alunos para dar as oficinas. E a gente pode atender também o distrito de Nova Casa Verde, porque aqui tem uma peculiaridade: tem algumas mães que têm que trazer seus filhos para a Apae. Os filhos precisam da companhia das mães para vir no ônibus, eles não vêm sozinhos. As mães vêm para cá e, enquanto os filhos estão na Apae, elas têm que procurar uma ocupação. Então, veio a calhar essa oficina. Elas vieram aqui fazer o curso enquanto os filhos estavam fazendo as atividades na Apae. E depois elas vão continuar durante esse período em que elas estiverem à tarde na Apae, vão estar fazendo a modelagem em argila e, no final do ano, já estão agendando uma feira para comercializar esses produtos”.

Karina Lima, FCMS

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