Dorival diz que Seleção terá seis mudanças e Matheus Cunha titular para enfrentar a Argentina
Técnico tem quatro desfalques e faz mais duas trocas por opção para o clássico
O técnico Dorival Júnior confirmou que realizará seis mudanças na seleção brasileira para o clássico contra a Argentina, nesta terça-feira, no Monumental de Núnez, em Buenos Aires, às 21h (de Brasília). Serão quatro trocas forçadas por desfalques e mais duas por opção.
Saem da equipe Alisson e Gerson, cortados, Gabriel Magalhães e Bruno Guimarães, suspensos, além de Vanderson e João Pedro, barrados por Dorival. No lugar deles entram Bento, André, Murillo, Joelinton, Wesley e Matheus Cunha.
Essa formação foi esboçada no treino do último domingo. Na ocasião, Dorival testou Savinho entre os titulares. Porém, nesta segunda ele afirmou que o ataque terá Matheus Cunha:
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Dorival Júnior, técnico da seleção brasileira, em entrevista coletiva — Foto: Reprodução / CBF TV
O técnico explicou o que espera de Matheus Cunha diante dos argentinos:
– O Matheus tem liberdade de movimentação juntamente com o Vini, de meia-atacante, de segundo atacante… vai depender muito da maneira como a Argentina se posicionar em campo. Nós estamos preparados para toda e qualquer situação. Eu espero que a gente tenha um jogo que flua com um pouco mais de naturalidade no jogo de amanhã.
Ciente da rivalidade envolvida na partida, Dorival tentou baixar a temperatura do confronto:
– Primeiro que é um grande clássico do futebol mundial. Vai existir a luta em campo, mas vai existir o respeito entre as duas equipes. Vamos buscar jogar futebol. Estamos indo jogar com a seleção campeã do mundo e da Copa América. A equipe que mais venceu nos últimos anos. Procurar jogar o nosso melhor futebol. Tentando buscar um grande resultado, respeitando em todas as condições. Sendo sendo respeitados com certeza. Entendendo que uma partida de futebol é resolvida dentro de campo onde teremos 22 grandes atletas do futebol mundial. Aí sim, fazendo um duelo, mas tudo isso resolvido dentro das quatro linhas.

“Uma evolução muito grande daquilo que nós vimos há um ano”, Dorival sobre Endrick
Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Dorival Júnior:
Wesley titular
– Wesley vem em um processo de evolução. Vanderson fez uma boa partida, marcou um dos jogadores mais perigosos do futebol mundial. Teve grandes duelos com eles. Quando Wesley entrou, nós ganhamos um pouco mais porque o Vanderson esgotou um pouco mais por ter grandes passagens e bons duelos. Espero que o Wesley possa ter o mesmo nível que apresentou no Flamengo. A apresentação dele, a liberdade de movimento. A Argentina não tem um jogador fixo nessa posição.
Cobranças sofridas
– Eu convivi a minha vida, eu estou desde seis, sete anos de idade dentro de um vestiário de futebol. Desde o primeiro momento que me vi como criança gostando de futebol e entendo aquilo que vinha acontecendo… nós vivemos em um país da crítica. É uma pena isso. Existem poucos reconhecimentos. Não é só no futebol. É uma percepção que eu tenho. No futebol não será diferente. Nunca foi. Eu vi companheiros sendo questionados, atletas sendo cobrados, até desafiados. O tempo se encarregou de colocar as coisas no devido lugar. Eu acredito em trabalho, em dedicação, em respeito e seriedade naquilo eu fazemos. Se eu não tivesse entendimento, eu não teria nem aceito o convite da seleção brasileira, eu não daria seguimento a minha carreira de futebol. Não passei por cima de ninguém, ao contrário, sempre valorizei minha classe, minha categoria. Me cobrem no final de todo esse processo. Ao final de tudo isso aí, pode ser muito diferente do que estão observando nesse instante.
Jogo ofensivo
– Em todos os clubes que passei tive equipes bem ofensivas. É natural que o dia a dia vá melhorando… nós estamos sempre trabalhando nesse sentido. Estivemos com todas as formações sempre contando com o quarto homens (de ataque) no mínimo, mais um homem de chegada. Não está sendo diferente nesse momento. Rodrygo, Raphinha, Cunha com liberdade de movimentação, buscando infiltrações, procurando entender os espaços no campo, com liberdade total de movimento. Repetimos nos momentos que tivemos com possibilidade reais de criar situações de definição para a nossa equipe.
Vini Jr
– O importante é que ele se sinta parte e muito presente na composição do nosso grupo. Premiações individuais no futebol, eu sou até contra. Não espelha aquilo que seja a realidade. De um modo geral, sempre achei que o futebol deveria ser premiado como sempre foi: coletivamente. A melhor equipe, o melhor grupo. São esses resultados que permanecem. Espero que ele continue buscando ser o melhor dentro da sua condição, mas que sua maior contribuição seja aqui dentro, coletivamente. Independente dele ter sido ou não decisivo em grandes jogos. Ele vai voltar a ser no momento certo e no momento que precisamos. É um grande jogador. Temos muita confiança nele.
Estratégia
– Marcações muito mais agressivas. Ontem mesmo trabalhamos bastante saída de bola. Dentro das partidas, um movimento diferente do apresentado em vídeos, você tem dificuldade maior. Não foi fácil para a Colômbia sair também, bolas quebradas. Não vejo facilidade dos dois lados. Quanto mais rápido chegarmos com transição, será mais vantajoso. O gol estávamos bem posicionados na área, recuperamos a bola, jogador não percebeu e retomaram a bola.
Expectativa de boas atuações
– Jogo da Argentina foi decidido em jogada individual, em chute de fora da área, provocado por atleta com potencial como o Vini. Colocação daqui pra lá de uma forma, de lá pra cá outra. Futebol está muito igual. Sul-Americano teve evolução. Não existe teto para ninguém, todos buscam excelência. Futebol sempre foi assim. Trabalhar, corrigir erros, mentalizar acertos. Acho que coisas boas aconteceram e outras faltam acontecer. Ninguém estará satisfeito em momento algum. Futebol tem veia saudosista. Mas se pegar matérias daqueles momentos, sempre tiveram contestações.
O que observa no jogador?
– Observação é feita anteriormente. Debatemos como vem jogando, por isso às vezes a falta de um nome ou outro há mudança necessária e obrigatória. Há cobrança de vocês que tem que ter os melhores física e tecnicamente. As observações maiores são quando fazemos visitas, vemos treinamentos, jogos. Tentamos tirar todos os detalhes possíveis para quando escolhemos um nome. Tentar trabalhar de maneira correta e leal e mostrar o motivo de um estar entrando.
Ausência de Andreas Pereira
– O Andreas nunca deixou de estar dentro do nosso grupo. Ele teve um processo um pouco diferente nesses últimos 40, 50 dias. Existiu uma possibilidade de uma saída. Ele acabou afastado das partidas dessa sua equipe. No momento da convocação ele tinha pouquíssimos jogos no ano. Tivemos esse cuidado para que não estivéssemos aqui com um atleta que não estivesse totalmente adaptado de uma normalidade. Trouxemos dois jogadores de marcação para essa partida. Perdemos dois jogadores. Ederson já tinha ocupado essa função e com regularidade maior. Andreas é um jogador que eu gosto muito. Outros estão sendo observados um pouco mais para que possam ter uma oportunidade.
Psicologia na Seleção
– Às vezes não tem ideia do que jogadores sentem. Garotos com poucas convocações, exceção Marquinhos e Alisson, Danilo quando vem. Grande maior começando a ocupar espaço na Seleção. Isso é um trabalho que abrange muita coisa. Não é ser melhor em sua equipe. Há times com grandes jogadores que não dão liga. Temos que ter equilíbrio com peças que se encaixem.