Cidades de Mato Grosso do Sul registraram sensação térmica de até 52°C

É a temperatura máxima mais alta registrada em cidades sul-mato-grossenses no mês de setembro nos últimos 37 anos.

Campo Grande registrou na tarde desta quarta-feira (30) a temperatura mais alta para o mês de setembro dos últimos 37 anos. Os termômetros marcaram 40,8ºC às 15 horas. O recorde havia sido em setembro do ano passado com 39,5º.

Segundo o meteorologista Natálio Abraão, o forte calor é resultado de uma combinação de fatores , as queimadas no Pantanal, o fenômeno La Niña e uma massa de ar que está instalada no centro do país.

“Essa massa está instalada há vários dias, parece um bolo e vai crescendo e aumentando a medida que a temperatura aumenta, enquanto não vir uma massa de dar frio, ela não vai embora e a tendência para os próximos dias é piorar”, explicou.

 

O tempo seco e quente em Campo Grande vem desde o começo de agosto. A última chuva foi registrada no dia 20 de setembro, mas só foram 2 milímetros, considerado um número insignificante .

50 munícipios de Mato Grosso do Sul registraram temperaturas máximas acima de 40ºC nesta quarta-feira. Em Coxim, Água Clara e Três Lagoas os termômetros marcaram 44,1ºC.

La Ninã em atividade

O departamento nacional de clima dos Estados Unidos, o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), informou que o La Niña, fenômeno climático oposto ao El niño, entrou em atividade no dia 11 de setembro. A principal característica do fenômeno é o resfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico.

Para o La Niña ser considerado ativo, as águas do Pacífico precisam ficar mais geladas que o normal por um tempo prolongado. Este resfriamento já vem acontecendo há nove meses, porém de maneira leve.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), a previsão é de que o La Niña de 2020 dure até novembro e que seja de baixa intensidade. A OMM estima que, mesmo com o fenômeno, este ano deve ser um dos anos mais quentes da história.

O Pantanal que fica a cerca de 250 km de Campo Grande, também sofre com a estiagem. Já foi registrado o número mensal mais alto de focos de incêndio desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998: foram 6.048 pontos de queimadas registrados no bioma desde o dia 1º de setembro até o dia 23 de setembro, o dado mais recente. O recorde mensal anterior era de agosto de 2005, quando houve 5.993 focos de incêndio no bioma.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.