Palco da maior tragédia da F-1, circuito oval de Monza está aberto ao público
Antigo traçado carrega histórico de acidentes fatais em série e fanatismo italiano
Na década de 1960, o autódromo de Monza era o verdadeiro templo do automobilismo. O circuito contava com um traçado oval (4,2 km) e um misto (5,7 km), ambos interligados pela reta principal. A pista oval de alta velocidade, no entanto, não é utilizada desde 1961, quando um acidente matou o piloto alemão Wolfgang von Trips e mais 15 pessoas que estavam na arquibancada.
Em 2014, o traçado foi repavimentado e, se você for ao Autódromo Nazionale di Monza, pode percorrê-lo a pé ou de bicicleta. Ainda hoje é o circuito que tem maior média de velocidade: 264 km/h, marca registrada por Lewis Hamilton, da Mercedes, na conquista da pole position do GP de 2020.
Tragédia em 1961 marca despedida
No dia 10 de setembro de 1961, o Autódromo de Monza estava lotado para o Grande Prêmio da Itália, onde a fanática torcida comemorava a iminente dupla conquista da Ferrari, no Mundial de Pilotos e no de Construtores. Os títulos foram assegurados, mas acabaram ofuscados pela maior tragédia da Fórmula 1, desde sua criação, em 13 de maio de 1950.
Diante de 150 mil espectadores, o alemão Wolfgang von Trips era o favorito para conquistar o título por antecipação, mas na reta que leva para a Curva Parabolica, o piloto da Ferrari tentou ultrapassar Jim Clark, mas tocou na Lotus. O carro de Von Trips guinou para a esquerda e deu-se a tragédia. Von Trips chegou a Monza na liderança do campeonato com 33 pontos, quatro a mais do que o companheiro de equipe, o americano Phil Hill. O alemão poderia sagrar-se campeão caso vencesse a corrida e Hill terminasse fora do pódio.
O carro de Von Trips foi alavancado por um barranco e voou sobre a tela que separava o público da pista. Na maior tragédia da história da F1, Von Trips morreu na hora após ser atirado para fora da Ferrari, e 15 espectadores também perderam a vida, atingidos pelo carro desgovernado. Incrivelmente, a corrida prosseguiu até o fim, e Hill venceu, tornando-se campeão com uma prova de antecedência.
Encontro de lendas em Monza
Em 2015, a Mercedes homenageou piloto Sir Stirling Moss, que correu pela equipe nos primórdios da F1 no histórico oval de Monza. Era o aniversário da última corrida da Mercedes antes de sua saída da Fórmula 1, no fim de 1955. Naquela corrida, Moss chegou em segundo lugar, fazendo dobradinha com o argentino Juan Manuel Fangio no traçado italiano de 10 quilômetros. Ambos pilotavam o dominante W196. No mesmo ano, Moss venceu a tradicional Mille Miglia, também na Itália, com um 300 SLR.