Veja como Combater a Pneumonia Enzoótica e Circovirose
Pneumonia enzoótica e circovirose – melhores práticas de controle e de vacinação; cuidados na granja e o que levar em consideração na hora de escolher o imunizante Conhecida já há algumas décadas, a pneumonia enzoótica dos suínos, causada pela infecção da bactéria Mycoplasma hyopneumoniae (MH), está presente em praticamente 100% das granjas também atingidas pelo circovírus ao redor do mundo, e aqui no Brasil, em 95% do plantel de suínos. É considerada uma doença crônica e endêmica no País. Granjas positivas e sem um trabalho de controle para a bactéria podem perder até 41 gramas de peso diário por animal, uma redução de 16% na taxa de crescimento e 14% a menos de conversão alimentar. De acordo com estudo de 2017 realizado por Takeuti, as lesões pulmonares provocadas por essa bactéria no abate atingem 55.38% dos animais. “Além da importante perda de ganho de peso diário, os animais acometidos pelo microrganismo MH apresentam tosse, que se agrava com a movimentação dos suínos na granja. Isso se dá principalmente nas fases de recria e terminação” explica o médico-veterinário Jovani Finco, Assistente Técnico de Suínos da Zoetis. Outro ponto importante destacado pelo especialista é que a ação desta bactéria facilita a entrada de outros agentes oportunistas, que juntos causam grandes impactos econômicos nas granjas. Segundo estudo de Haden et al, que mensurou a perda por animal na produção norte-americana, o MH sozinho seria responsável pela perda de US$ 0,63/animal, já o vírus da Influenza (SIV), por US$ 3,23/animal. Ao se associarem, MH + SIV, aumentam esse prejuízo para US$ 10,12/animal. “O dano é muito grande. Por isso, os produtores devem estar atentos às soluções que melhor respondem à ação dessa bactéria”, diz Finco. Vacinação – melhores práticas A vacinação dos suínos contra o Mycoplasma é uma das estratégias de controle da doença. “A escolha da vacina deve ser por aquela que provoca uma boa resposta imune celular nos animais”, orienta o médico-veterinário. Finco explica que as vacinas com antígenos de superfície do MH são mais eficientes na defesa do animal contra o sistema de ancoragem da bactéria porque atuam com especificidade para o sistema imune. “Ao contrário das vacinas tradicionais que usam bactérias inativadas, essas contêm somente proteínas imunogênicas. Outro componente que favorece a ação de uma vacina é o adjuvante Metastim, substância que, quando misturada a antígenos imunogênicos, potencializa ou induz resposta protetora”, afirma. “Essa especificidade das vacinas cell free é uma vantagem em relação as demais”, adiciona. Além da escolha do melhor imunizante para os desafios da granja, Finco lembra que as etapas de armazenagem, transporte e manipulação são de fundamental importância para a eficácia da vacina. “Geladeira exclusiva para vacinas, limpa e em boas condições de funcionamento, com termômetro de marcação para temperaturas máxima e mínima, muita atenção ao calibre da agulha e ao local da aplicação são fatores primordiais para o êxito de todo o processo”. Manejo e controle Alguns fatores importantes limitam o controle do MH, como a troca de leitões recém-nascidos desnecessariamente, vacinações inconsistentes, superlotação, espaço inadequado nas baias, falhas no diagnóstico e no controle de infecções concomitantes, tratamento antimicrobiano no momento errado por períodos e doses menores que o recomendado, escolha da droga incorreta e porcas excretando MH durante o período de lactação. São várias as estratégias de controle para o Mycoplasma. “As intervenções e ações devem ser pensadas visando à produção de animais sem sinais clínicos de pneumonia e com baixa prevalência da bactéria. Dessa forma, as granjas alcançarão estabilidade em relação à propagação do microrganismo”, avalia Finco.