Sidrolândia: Chefe de saúde lamenta suspeita de desvio e denuncia falta de equipes em aldeias

Com um médico para 5,7 mil terena, chefe de saúde de Dois Irmãos e Sidrolândia foi ao DSEI hoje tentar discutir problema

Com apenas um médico atendendo população de 5,7 mil índios terena em Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, a comunidade sofre com avanço da covid-19 e com precaridade no atendimento à saúde, a exemplo do que ocorreu em Aquidauana.

O polo base de Sidrolândia contabiliza 172 casos confirmados de covid-19 e 7 mortes. Hoje, na tentativa de discutir o assunto, o chefe do polo de saúde indígena Arildo Alves Alcântara foi até o DSEI (Distrito Sanitário de Saude Indígena) de Campo Grande, mas teve expectativa frustrada com a operação da PF (Polícia Federal) que recolhe documentos em investigação de corrupção ligada à saúde indígena.

Arildo Alves diz que o médico designado pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) atende a população de 5,7 mil índios das 14 aldeias existentes em Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia. Hoje, acompanhado dos caciques das aldeias Córrego do Meio, Nova Tereré, Lagoinha, 10 de Maio e Buriti, foi até o DSEI para discutir melhorias no atendimento à saúde.

Alves explica que, regularmente, apenas os técnicos de enfermagem prestam atendimento nas unidades de saúde e o médico trabalha em escala, dividida por turnos, até cobrir as 14 aldeias. “Tem aldeia que nem técnico de enfermagem tem”.

O chefe do polo indígena lamentou que a presença da PF da DSEI já que isso significa investigação de irregularidades no trato dos recursos, ainda mais pela presença de equipes da Receita Federal e da CGU (Controladoria Geral da União).

No início de agosto, o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson dos Santos, esteve em Sidrolândia e falou que insumos seriam entregues às aldeias e garantiu a contratação de três técnicos de enfermagem, um enfermeiro e um médico para agilizar testagem.

Arildo Alves diz que os insumos estão chegando, como 300 testes rápidos de covid, mas são insuficientes para cobrir a população. Como a PF ainda permanecia na sede do DSEI, o grupo optou por ir embora e buscar atendimento mais tarde.

A operação investiga irregularidades no atendimento à saúde indígena. A assessoria da PF não divulgou quantos mandados estão sendo cumpridos e quais seriam os crimes apurados.

A defasagem de equipe também havia prejudicado atendimento das comunidades em Aquiauana, Anastácio e Nioaque. Em agosto, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) destinou caminhão com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e Sesai havia ampliado numero de profissionais no atendimento.

A reportagem tentou contato com o coordenador do DSEI, Luiz Antônio, no cargo desde a exoneração de Eldo Elcídio Moro, no dia 10 de agosto, mas não obteve retorno.

O Dsei, vinculado a Sesai, é o responsável pelas ações em Saúde para os 80,8 mil indígenas de Mato Grosso do Sul.

 

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