Seleção brasileira acumula percalços nas Eliminatórias

Tite ainda não repetiu escalação. Cortes, falta de liberações de atletas e polêmicas marcam trajetória em busca de vaga no Catar

A seleção brasileira tem 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, mas engana-se quem imagina que isso signifique dias tranquilos para o grupo comandado pelo técnico Tite. A trajetória em busca de uma vaga no Mundial do Catar tem sido marcada até agora por inúmeros percalços e polêmicas.

Em sete partidas – e seis minutos do jogo anulado -, Tite não repetiu escalação sequer uma vez.

O último episódio – e talvez mais marcante – que transforma essa caminhada ao Catar cada dia mais insólita foi a suspensão do clássico contra a Argentina, no último domingo, em São Paulo. Porém, bem antes disso a vida brasileira nas Eliminatórias vinha tumultuada.

A começar pelo adiamento da competição em decorrência da pandemia de coronavírus. Em março de 2020, Tite chegou a convocar 24 jogadores, mas o torneio foi adiado, e a lista, anulada.

A competição só foi começar em outubro do ano passado, e as primeiras rodadas foram justamente as mais tranquilas, com o Brasil goleando a Bolívia por 5 a 0 e batendo o Peru por 4 a 2. Mesmo assim, a Seleção teve de lidar com problemas, como os cortes do goleiro Alisson e do atacante Gabriel Jesus.

O pior ainda estava por vir. Na data Fifa seguinte, em novembro, foi um festival de desfalques. Tite teve de lidar com nada menos do que oito cortes: os zagueiros Rodrigo Caio e Éder Militão, o lateral-direito Gabriel Menino, os volantes Casemiro e Fabinho, o meia Philippe Coutinho e o atacante Neymar.

Nesta mesma convocação, Alex Telles chegou a testar positivo para Covid-19, mas a contraprova apresentou resultado negativo.

O ano mudou, mas os problemas persistiram. As rodadas das Eliminatórias de março de 2021 foram adiadas por conta da pandemia de coronavírus.

A Seleção só voltou a se reunir em junho, quando viveu dias de caos. Antes da partida contra o Equador, foi divulgado que o Brasil sediaria a Copa América, e o elenco não gostou. O grupo se reuniu com o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, e chegou a cogitar não disputar o torneio, que se iniciaria pouco mais de uma semana depois.

Tudo isso ocorreu em meio à divulgação da denúncia de assédio moral e sexual contra Rogério Caboclo. O cartola chegou a ir ao vestiário da Seleção antes da partida contra o Equador e, segundo relatos, estava alterado ao falar com os jogadores.

Desta vez, além do imbróglio envolvendo o clássico contra a Argentina, Tite teve um outro problema. Nada menos do que 12 atletas convocados não ficaram à disposição do treinador. Nove deles jogam na Inglaterra e não foram liberados por seus clubes: os goleiros Alisson e Ederson, o zagueiro Thiago Silva, os volantes Fabinho e Fred e os atacantes Richarlison, Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Raphinha.

Além deles, o meio-campista Matheus Nunes, do Sporting, não se apresentou. O jogador alegou como justificativa a quarentena de duas semanas que teria de cumprir ao voltar para a Europa, mas, a rigor, ele também recebeu convite para a seleção portuguesa e está propenso a aceitar.

Por fim, ainda houve os casos de Claudinho e Malcom, que se apresentaram ao grupo canarinho, treinaram, mas tiveram de voltar à Rússia por exigência do Zenit, clube que defendem.

Em meio a tantos problemas, Tite varia as escalações e se torna tarefa quase impossível repetir time de uma partida para a outra. Contra o Peru, quinta-feira, às 21h30, na Arena Pernambuco, é provável que, circunstancialmente, ele mantenha o time que jogou seis minutos contra o Peru.

Lembrando que a CBF decidiu liberar o zagueiro Marquinhos, depois de não ter garantias que a suspensão tinha sido cumprida no jogo suspenso contra a Argentina.

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