Saúde investiga se morador de Corumbá “trouxe” nova mutação do coronavírus para MS
Paciente esteve em Manaus e sequenciamento genético de amostra será forma de identificar qual variante do vírus o contaminou
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) apura se paciente de 37 anos, morador do Centro de Corumbá, foi contaminado com a nova cepa do coronavírus, a chamada P1. Pode ser o primeiro caso de contágio com a variante que já mostrou ser mais “poderosa”, portanto, o registro da entrada em Mato Grosso do Sul dessa mutação mais transmissível do vírus.
O homem apresentou os primeiros sintomas da covid-19 no início de janeiro. O caso foi notificado para a SES no dia 9. Ele chegou a ficar internado, mas na tabela de microdados da secretaria já aparece como um paciente recuperado.
A suspeita, de que ele pode ter tido contato com a mutação do coronavírus identificada em pacientes do Amazonas, veio quando o paciente revelou ter estado em Manaus pouco antes de sentir os sintomas.
Depois que o homem passou pelo teste RT-PCR e resultado foi positivo, a amostra foi encaminhada para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para que seja feito o sequenciamento genético dos vírus encontrados no material.
De acordo com SES, o monitoramento para identificar a nova cepa em Mato Grosso do Sul é feito pelo Lacen-MS (Laboratório Central de Saúde Pública) em parceria com a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica do Estado. Sempre que chega amostra de paciente que diz ter estado no Amazonas, ela é encaminhada ao Adolfo Lutz. Além disso, semanalmente, o Estado envia três amostras aleatórias para o laboratório em São Paulo que faz a investigação do DNA dos vírus. Não há data para a divulgação dos resultados dos sequenciamentos dos casos enviados por Mato Grosso do Sul.
A nova variante do coronavírus, identificada em Manaus e a mesma detectada em viajantes japoneses que estiveram no Amazonas, é mais transmissível e por isso, além de possivelmente já estar disseminada na capital amazonense, há evidências de que já tenha se espalhado pelo País. E mais, ninguém estaria livre de se contaminar, já que quem já pegou a covid-19 pode ter anticorpos somente contra a outra cepa, a B.1.1.28, mais predominante no Brasil.
“Todo o Brasil está em alerta, porque há pesquisadores que sustentam evidências científicas que essa nova mutação já esteja em todas as unidades da federação […] com essa nova cepa temos que continuar preocupados e vigilantes em relação a transmissibilidade do vírus”, disse a secretária-adjunta em Saúde, Christine Maymone, em transmissão ao vivo.