Reunião técnica marca início dos estudos de viabilidade para relicitar a Malha Oeste

Em reunião virtual realizada nessa quinta-feira (28), técnicos da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), do Ministério da Infraestrutura, da Corporação Andina de Fomento (CAF) do Banco de Desenvolvimento da América Latina, e do Consórcio “Nos Trilhos de Novo” discutiram com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, as diretrizes dos estudos de viabilidade técnica e econômica para relicitar a Ferrovia Malha Oeste. O Consórcio “Nos Trilhos de Novo” foi contratado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina para conduzir os estudos, que serão apresentados no segundo semestre do ano que vem, a partir do que o processo estará pronto para ir à relicitação.

“A reunião foi um passo importante porque marca o início dos estudos técnicos que culminarão com a relicitação da ferrovia, isso num futuro próximo. Para Mato Grosso do Sul, esse é um projeto estratégico de fundamental importância, primordial para manter a competitividade. Os estudos vão definir a viabilidade econômica, as intervenções necessárias como troca de dormentes, alteração de curvas; o tipo de locomotiva que será utilizado, o montante necessário de investimento. Estamos convencidos da viabilidade econômica. A ferrovia se viabiliza só com o transporte de minério, eucalipto, celulose e combustível”, disse Verruck.

O peso da reunião demonstra a importância que o projeto tem para o governo federal. Estavam presentes sete diretores, coordenadores, secretários e assessores do Ministério da Infraestrutura, entre eles Marcello da Costa, secretário nacional de Transportes Terrestres; Ismael Trinks, diretor do Departamento de Transporte Ferroviário; Thiago Alvarenga, coordenador geral de Projetos Ferroviários e Marcos Kleber Felix, assessor especial do gabinete do ministro. Pela CAF, participaram o executivo principal do Setor Privado, Marcelo dos Santos; além de Rafael Farromeque e Felipe Gonzalez, especialista sênior e executivo do órgão.

Pelo Consórcio “Nos Trilhos de Novo” participaram 14 técnicos de diferentes empresas e instituições de pesquisa. Eles coletaram subsídios para orientar os estudos. Nesta sexta-feira (29) o grupo se reúne com autoridades e técnicos do governo de São Paulo, com o mesmo objetivo, e depois farão visitas às cidades localizadas ao longo da ferrovia.

O secretário Jaime Verruck destacou a importância do governo federal ter estabelecido tanto o regime de concessão como de autorização para a relicitação da Malha Oeste, o que permite atrair mais investidores. “Já fomos procurados por empresários que têm interesses pontuais na ferrovia, porém de forma fracionada. Nenhum ainda demonstrou disposição para assumir a malha inteira”, disse.

A Malha Oeste estava sob controle da Rumo SA, que também detém as concessões das Malhas Paulista, Norte, Central e Sul. Em agosto de 2020 a Rumo decidiu devolver a concessão à União e, em maio deste ano foi assinado um termo aditivo em que a devolução passou a ser irretratável. O governo federal tem, então, dois anos para relicitar o trecho ferroviário que perpassa os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com 1.973 quilômetros de extensão de linhas, em bitola de 1 metro.

João Prestes, Semagro

Fotos: Divulgação

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