Mato Grosso quer se consolidar na produção e cultivo de café
Produtores rurais de Mato Grosso recebem incentivos para disseminar a cultura do café, nas terras que já são responsáveis pela maior produção de grãos (soja e milho) do Brasil. Afinal, somos o segundo país que mais consome a bebida no mundo, perdendo somente para os Estados Unidos. Realmente, é difícil quem não resista a um cafezinho, não é mesmo?
E pensando em expandir essa cultura em Mato Grosso, a Secretaria Estadual de Agricultura Familiar conta com apoio de pesquisadores da EMPAER de Mato Grosso e da EMBRAPA de Rondônia. “A proposta do experimento é validar 52 clones de Coffea canephora, e está sendo implantada nas regiões Médio Norte e Noroeste do Estado”, salienta a doutora em agronomia Dalilhia Santos. Sobre as condições climáticas, a pesquisadora acredita que as plantas em experimentos possuem adaptação ao nosso calor e solo, pois a espécie é originária do Congo (continente africano) região de baixa altitude e elevada temperatura.
A pesquisadora Dalilhia destaca ainda que as plantas domesticadas passam por processos de melhoramento genético, por melhoristas, ou seleção por cafeicultores. Quando atingem as características agrícolas almejadas podem ser clonadas (copiadas geneticamente). “Estamos utilizando essas plantas melhoradas de Coffea canephora, para mensurar a superioridade agronômica delas nas condições de clima e solo mato-grossense” destacou Dalilhia.
A proposta do governo é que Mato Grosso tenha maior participação no mercado cafeeiro, para isso, vai investir R$ 5 milhões em programa para alavancar o cultivo do café, junto aos agricultores familiares, diante do aumento do consumo por parte dos brasileiros e estrangeiros.
O plantio experimento ocorreu no início deste ano e a proposta é “após cientificamente sabermos quais dos 52 clones são promissores para Mato Grosso, em quesitos como produtividade, qualidade de bebida, tolerância a pragas e doenças, poderemos alavancar o incentivo ao plantio do café e dar maior seguridade à cafeicultura no Estado”, conclui Dalilhia Santos, pesquisadora da EMPAER.
O café arábica (originário da Etiópia), que se adapta bem ao solo e clima dos estados de Minas Gerais, São Paulo, e regiões alta da Bahia, Espirito Santo e Distrito Federal, é o mais produzido em nosso país, sendo que a previsão para este anos é de 32 milhões de sacas, contra 14 milhões de sacas de café robusta (mais amargo e marcante). Já o arábica se destaca pela complexidade de aromas ao sabor mais adocicado, possui 50% menos cafeína que o concorrente robusta. Dentre as mais de cem espécies de café existentes no mundo, os grãos da arábica e robusta são as mais comercializadas.
Por Márcio Moreira – AGRONEWS
AGRONEWS – Informação para quem produz