Flamengo vê pênalti desamarrar jogo contra o Bahia

Lance mal marcado mesmo após intervenção do VAR abre espaços para um time que até conseguia ditar o ritmo do jogo, mas apelava muito para cruzamentos e sofria para criar chances claras

Um Flamengo mais organizado. Um Flamengo ainda carente de criatividade diante de times bem postados. E um jogo condicionado por um pênalti mal marcado. O 3 a 0 contra o Bahia pode ser analisado de várias maneiras, mas o torcedor rubro-negro até que teve motivos para sair satisfeito do Maracanã na noite de quinta-feira.

Mesmo com apenas três peças do chamado “time ideal” (David Luiz, Andreas e Gabi), o Flamengo de Renato Gaúcho apresentou maior equilíbrio desde o início da partida. Conseguiu controlar o jogo e ter domínio no campo ofensivo sem sofrer riscos. O problema é que a troca de passes em busca de espaços quase sempre resultava em cruzamentos na área.

Mais uma vez, o Flamengo abusou das bolas levantadas fosse pela falta de paciência, fosse pela falta de criatividade. Kenedy, com dribles rápidos, era quem mais chegava perto de quebrar as linhas do Bahia e encontrar espaços, mas uma pancada no tornozelo condicionou a atuação do atacante, substituído no intervalo.

A medida em que apelava para cruzamentos, o time da casa consagrava o zagueiro argentino Germán Conti, quase intransponível. Até que o próprio foi quem protagonizou o lance polêmico do jogo ao ver a bola explodir em seu peito após tentativa de bicicleta de Diego. O árbitro viu toque de mão e nem a recomendação do VAR foi suficiente para anular o pênalti que definiu o jogo.

Com o centésimo gol de Gabigol pelo Flamengo (aos 31) seguido da expulsão de Matheus Bahia, dez minutos depois, o Bahia perdeu forças e o Rubro-Negro teve espaços, principalmente pela direita de ataque. Rodinei foi quem melhor aproveitou ainda no primeiro tempo e teve atuação equilibrada, digna de elogios.

Na volta o intervalo, Vitinho foi quem mais atacou o setor e passou a ser a alternativa mais interessante para tornar o Flamengo agressivo. Com jogadas individuais, abriu caminho para Gabriel desperdiçar chance na pequena área e Michael marcar o segundo pouco depois – em sua 29ª assistência pelo clube.

Com 10 jogadores contra 9, após as expulsões de Diego e Rossi, o jogo passou a ser praticamente ataque contra defesa e os espaços permitiam que o Flamengo trabalhasse a bola com maior liberdade. Tomadas de decisão erradas dos atacantes impediam um placar mais elástico, até Andreas marcar o terceiro em bonito chute de fora da área.

Contra um adversário que foi ao Maracanã mais preocupado em não perder do que ganhar, o Flamengo foi um time organizado e empacado até o pênalti. Depois, achou espaços, mas tomou decisões erradas em jogadas agudas, principalmente no segundo tempo.

Entre pontos positivos e negativos, por sua vez, a vitória sem sustos defensivos e com volume no campo de ataque merece elogios. Faltando duas semanas para a final da Libertadores, o Flamengo tem claro o planejamento para pegar o Palmeiras, e a primeira missão no equilíbrio entre dar descanso para uns e ritmo para outros deu certo.

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