Martine Grael e Kahena Kunze conquistam a medalha de ouro na vela
Brasileiras ficam em terceiro na última regata e levam o bicampeonato olímpico da classe 49erFX
Elas fazem um ouro olímpico até parecer fácil. Com uma largada excelente, Martine Grael e Kahena Kunze administraram com tranquilidade a briga com as rivais e conquistaram, nesta terça-feira, na baía de Enoshima, a medalha de ouro na classe 49erFX de vela. Na última regata, elas ficaram em terceiro lugar, mas à frente das adversárias diretas pelo título, as holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz, e as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke. É a 19ª medalha da vela brasileira em Olimpíadas.
É o bicampeonato olímpico da dupla que chegou a Tóquio como favorita e mantem uma tradição familiar na vela. Martine Grael é filha do também bicampeão olímpico Torbel Grael e Kahena Kunze é filha de Claudio Kunze, campeão mundial juvenil nos anos 1980. A família Grael, inclusive, conquistou a nona medalha olímpica somando as cinco de Torben e outras duas de Lars.
É o terceiro ouro do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Ítalo Ferreira, no surfe, e Rebeca Andrade, na ginástica, conquistaram os outros.
Com resultado, as duas se tornam as primeiras pessoas, entre homens e mulheres, do Brasil a levar dois ouros olímpicos seguidos na vela. Mais do que isso, Martine e Kahena entraram em um seleto grupo de atletas brasileiros bicampeões olímpicos. Até então, apenas 13 atletas tinham alcançado esse feito. Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Scheidt (1996 e 2004) na vela, Adhemar Ferreira da Silva (1952 e 1956) no atletismo, Fabi Alvim, Fabiana, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e Thaísa (2008 e 2012), Maurício e Giovane (1992 e 2004), e Serginho (2004 e 2016) no vôlei.
“Ainda não caiu a ficha. Está difícil de acreditar. Foi uma semana muito difícil de velejar”, disse Martine Grael.
O ouro foi conquistado com um total de 76 pontos perdidos. A medalha de prata ficou com as alemãs Tina Lutz e Sussan Beucke, com 83, e o bronze foi para as holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz, com 88.
Kahena Kunze lembrou da dificuldade na caminhada até o bicampeonato olímpico, principalmente após as regatas iniciais:
“Foi um campeonato de recuperação. No primeiro dia, aconteceram coisas e parecia que o ouro estava longe”
O resultado representa o oitavo ouro da vela na história das Olimpíadas para o Brasil, mantendo a modalidade como a mais dourada do país. Além dos oito ouros, são três pratas e oito bronzes, com 19 no total.