Inspirado na poesia de Manoel de Barros, curta-metragem traz narrativa ambiental 

Prestes a ser lançado na Mostra Regional MS de Animação, na sexta-feira (27 de outubro), o filme “A Menina e a Árvore” aborda urgência climática e riquezas culturais do bioma pantaneiro. Para isso, artistas utilizam a técnica 2D de animação.

Uma abordagem poética para falar de um assunto importante em nossa sociedade: a urgência de conservar o meio ambiente, em especial, as riquezas que deu origem ao bioma que conhecemos por Pantanal. Essa é a linha condutora do curta-metragem sul-mato-grossense “A Menina e a Árvore”, dirigido por Ara Martins. Com dez minutos de duração, a obra tem narrativa ancorada na poesia de Manoel de Barros, que soube como ninguém materializar em versos a sabedoria que reside no olhar das crianças. O pré-lançamento do filme será feito na Mostra Regional MS de Animação na sexta-feira (27 de outubro), às 15h30 no MIS (Museu da Imagem e do Som), nas dependências da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), em Campo Grande. Entrada gratuita.

Em seguida à mostra, haverá a “Semana Manoel de Barros” em novembro. O evento  consiste em sessões itinerantes por escolas da rede municipal de ensino da Capital atreladas com oficinas sobre vida e obra do poeta pantaneiro.

“Estávamos com a obra finalizada quando recebemos o convite de fazer parte da Mostra Regional de Animação e aceitamos participar porque é algo que integra a programação do DIA – Dia Internacional da Animação – que é um evento que ocorre em todo o mundo. Ver que os artistas do MS estão se mobilizando para promover mostras que destaquem que há cinema sul-mato-grossense sendo feito por aqui”, frisa a diretora do curta, Ara Martins.

Evidenciar as riquezas naturais do Mato Grosso do Sul e a potência das produções cinematográficas regionais é, inclusive, um dos objetivos principais de idealização do filme “A Menina e a Árvore” que conta a história da pequena Joana que ao lado do avô assume a missão de plantar um ipê amarelo.

“Tem muita coisa interessante para acontecer no projeto. Na Semana Manoel de Barros, por exemplo, haverá oficinas em que vamos distribuir sementes de Ipê Amarelo que é uma espécie que tem seu protagonismo no Pantanal e, também, na história do filme”, pontua a artista que sabe do poder que os vídeos podem exercer nas pessoas.

“Trazer esse olhar sobre a riqueza da obra de Manoel de Barros, do Pantanal e da cultura regional para dentro da obra foi uma das minhas preocupações. Hoje, as crianças consomem muitos produtos culturais, principalmente, audiovisual que vem de outras regiões ou até mesmo de outros países”, justifica a diretora da película que para fortalecer a identidade local buscou parceria com outros artistas do Estado que têm linha de trabalho similar ao dela. “Após finalizar o roteiro com a Déborah Cabral e, também, a Maria Garcez, na assistência, foi o momento de convidar para o projeto outros profissionais do MS, como o Elvis Martins e o Luís de Paula, para que contribuíssem com o filme a partir das suas vivências. Tudo para que o público se reconheça, tenha essa sensação de pertencimento”.

Toda essa representatividade ganhou vida nas telas por meio da técnica de animação digital 2D, em que os animadores criam os personagens e cenários em pedaços, recortes, e depois unem os elementos da história para dar movimento e criar a animação, desenho, tal como conhecemos na TV ou cinema.

 

Embora os protagonistas sejam as crianças, Ara Martins explica que o filme tem  abrangência para todas as idades por trazer um enredo com temas (meio ambiente,cultura, identidade, etc) que permeiam a vida das pessoas independente da fase em que se encontram.

 

“A ideia do filme surgiu, em 2021, após o período em que o Pantanal quase colapsou com os incêndios e que mexeu com a rotina de todos nós do MS, direta ou indiretamente, sentimos isso na pele, no ar e no clima. Então, é um tema atual e que a partir do desenho, que tem esta característica artística de conseguir colocar leveza em assuntos sérios, dialoga com a criança e, também, atrai a atenção do público em geral que, hoje, vive exposto aos vídeos nas redes sociais”.

 

Para ser ainda mais democrática, “A Menina e a Árvore” conta com outros recursos de linguagem. O enredo da história terá acessibilidade em LIBRAS, audiodescrição e legendas descritivas para que pessoas dos mais variados perfis possam curtir o filme.

 

Para ampliar ainda mais o acesso ao público, a obra ficará disponível em uma plataforma de streaming gratuitamente, logo após a realização da Semana Manoel de Barros. Inscrever o curta-metragem em festivais nacionais e internacionais é outra meta da equipe de produção para que mais pessoas tenham conhecimento da obra que retrata o MS.

 

O filme contou com direção e produção de Ara Martins, roteiro Déborah Cabral e Ara Martins, direção de animação Elvis Martins; direção de arte e ilustrador Luís de Paula; trilha sonora original Leandro Sosi; assistente de roteiro: Maria Garcez; acessibilidade: Sinalize; intérprete de voz “Menina”: Alessandra Tavares; intérprete de voz “Pai e repórter”: Leandro Sosi.

 

“A Menina e a Árvore” é um projeto que conta com financiamento do FMIC – Fundo Municipal de Investimentos Culturais, da Sectur – Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande, instituição ligada à Prefeitura Municipal de Campo Grande. Curiosidades e outras informações sobre o filme acesse o Instagram (@ameninaearvore).

Serviço: Première do filme “A Menina e a Árvore” na sexta-feira (27 de outubro), às 15h30, no MIS – Museu de Imagem e Som, Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559 – 3º Andar – Centro Campo Grande, nas dependências da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Classificação livre. Entrada gratuita.

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