Fundação de Cultura já contemplou 736 artistas pela Lei Aldir Blanc
A Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul já efetivou o pagamento de 736 trabalhadores da cultura inscritos no Edital da Lei Federal, n. º 14.017/2020 – inciso III, conhecida como a Lei Aldir Blanc.
Até agora já foram destinados 12,408,960 aos diversos setores da nossa cultura, cujos projetos foram aprovados. Os recursos destinados ao setor chegaram num momento crucial para a Cultura do Estado que, desta forma, consegue continuar fomentando a classe artística do MS.
Ao todo foram disponibilizados 21 editais que contemplaram todos os segmentos culturais, entre eles: literatura, gastronomia, artesanato, teatro, dança, circo, música, equipe técnica, etc. “Temos como objetivo fazer chegar o recurso na ponta, para todos os trabalhadores da cultura, inclusive aqueles que não tem acesso à informação e tecnologia”, disse o Presidente da FCMS, Gustavo Cegonha, destacando que o recurso da Lei Aldir Blanc é um direito de todos agentes culturais.
A ajuda que preserva a arte
A artesã Cláudia Castelão que participou com oficinas online sobre a flor de xaraés, disse que para ela, a ajuda do edital pela Lei Aldir Blanc foi fundamental. Segundo ela, o setor cultural foi muito impactado com essa pandemia. “Nós do artesanato praticamente zeramos as vendas, teve artesão que teve que vender material de trabalho para poder sobreviver, artesão que deixou a profissão e foi trabalhar de motoboy”, contou.
Cláudia, que é vice-presidente da Uneart acompanhou de perto a luta dos artesões para sobreviver na pandemia. “Quando veio o Edital fizemos a divulgação e ajudamos os artesãos a se inscrever, porque muitos não têm acesso a computador e nem sabem usar o equipamento”, conta. Esse recurso ajudou a dar um respiro para que os artesões e artesãs pudessem administrar esse período tão difícil. “Estávamos sem poder adquirir material de trabalho”, declarou.
Para Adão Índio, que faz artesanato em argila retratando bichos do pantanal e participou do edital Artesania Online, os recursos da lei Aldir Blanc foram fundamentais em sua vida. “Eu trabalho com artesanato há mais de 20 anos e nunca tinha passado por um período tão difícil igual a esse, ficamos praticamente três a quatro meses sem vender absolutamente nada e a dificuldade financeira foi gigantesca mesmo.
Leandro Benites participou do edital Arara Azul de artes visuais da Lei Aldir Blanc, com trabalhos de fotografia. Leandro ressalta as várias coisas que foram importantes nesse processo de participar da Lei Aldir Blanc. Segundo ele, em primeiro lugar o artista teve oportunidade de criar algo novo e isto foi valorizado, foi transformado em aplausos e também em incentivo financeiro. “Muitas pessoas dependem da arte e esta ajuda veio para suprir mais ainda a felicidade das pessoas que dependem do artista”, revelou.O artesão Adão Índio também foi um dos inscritos que passaram na seleção. “Graças a Deus passei e recebi o prêmio de cinco mil reais que foi uma ajuda importantíssima”, disse Adão que, além das dificuldades financeiras também foi contaminado pela Covid. “Eu com 50 anos, índio terena, nunca tinha passado por uma situação igual essa, e graças a Deus que essa lei Aldir Blanc veio para nos ajudar, porque se não fosse isso, não sei o que seria da gente não”, desabafou.
Para Leandro, o prêmio valoriza o artista e também a família do artista. “A Lei Aldir Blanc dá valor não só ao trabalho do artista, ao carinho que ele teve em produzir a arte, mas também tem o filho pequeno, as famílias, que têm um presente porque teve uma conquista. As pessoas acham que um auxílio como esse vem para auxiliar o artista que está sem emprego, mas o prêmio valoriza sua arte e aquilo é transformado em dinheiro”, diz.
Além de tirar o artista de uma situação difícil, a ajuda foi fundamental para a auto estima. Porque demonstra que a arte é importante e tem um valor. “Isso engrandece, faz com que a pessoa não abandone o talento tenham que procurar outro trabalho”. E finaliza: a Lei Aldir Blanc e a Fundação de Cultura incentivam o artista a continuar produzindo”. E isto, realmente não tem preço.
Karina Lima, FCMS