Foguetório, pedrada em ônibus e pressão: Flamengo supera clima hostil em classificação na Libertadores
Rubro-Negro vivencia o modus operandi argentino em jogo decisivo e deixa a Argentina ciente de tudo o que pode enfrentar novamente, desta vez contra o Racing
Um jogo de Libertadores começa muito antes de a bola rolar. E não foi diferente no segundo e decisivo confronto entre Flamengo e Estudiantes pelas quartas de final. Isso tudo sem falar do assunto da semana: a liberação de Plata para disputar a partida.
Era início da madrugada em Buenos Aires quando José Boto, diretor de futebol do Flamengo, compartilhou um vídeo nas redes sociais de um foguetório perto do hotel onde a delegação ficou hospedada.
Mas não houve saída, e a delegação sofreu com os barulhos em quatro momentos diferentes da madrugada. Alguns ouviram e outros sequer acordaram. O fato é que o Flamengo se pronunciou e minimizou o ocorrido.
Na chegada do estádio, novos incidentes: trânsito, vandalismo e racismo. O Flamengo, mesmo escoltado, sofreu um pouco para chegar ao estádio. Foram cerca de 15 minutos parados já nos arredores do estádio antes de serem liberados para seguir viagem.
A espera foi justamente para esperar abaixar o movimento da rua de fogo promovida pelos torcedores do Estudiantes para acompanhar a chegada da delegação argentina ao estádio.
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Flamengo passa pelo Estudiantes e avança na Libertadores — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Foi neste momento que um dos ônibus que transportava a delegação do Flamengo foi apedrejado. No veículo estavam apenas membros da comissão técnica e outros funcionários. Os jogadores estavam em outro ônibus.
Os ônibus precisaram passar no meio dos torcedores do Estudiantes, e alguns deles foram flagrado imitando macaco (gesto racista) para os jogadores do Flamengo.
Dentro de campo, o que se viu foi um Flamengo que parecia acuado desde a subida ao gramado para o aquecimento. Rossi foi um dos principais alvos dos mais de 32 mil torcedores presentes no estádio. Ele foi xingado a cada toque na bola desde o aquecimento.
A torcida do Estudiantes transformou o UNO em um verdadeiro caldeirão e, quando parecia que ficaria calada, conseguia aumentar ainda mais o som vindo das arquibancadas para empurrar o time em busca da classificação.
Não é possível afirmar que a sucessão de incidentes fora de campo influenciaram o desempenho rubro-negro dentro dele. Mas é preciso pontuar que o Flamengo conseguiu sofrer e assegurar uma classificação com um selo de “vitória de campeão”.
Em cobranças perfeitas e com sangue frio antes não visto na partida, o Flamengo conseguiu deixar La Plata com a vaga na semifinal. Mais do que isso, vacinado para retornar no próximo mês para enfrentar o Racing, rival na busca por uma vaga na decisão da Libertadores.

