Flamengo só precisa de 50 minutos para se garantir em Montevidéu

Golaço aos quatro minutos do segundo tempo coloca ponto final em confronto com o Barcelona e coroa atuação inteligente de um time que soube ditar ritmo e ações do jogo desde o início

O torcedor que passou o dia inteiro ansioso não teve nem tempo de ficar preocupado. O Barcelona de Guayaquil não teve nem tempo para esboçar uma pressão. Tudo isso porque o Flamengo conduziu bem o tempo e o ritmo da semifinal para se garantir pela terceira vez na final da Libertadores. E com direito a um golaço de pé em pé que construído em pouco tempo (36 segundos) da baliza de Diego Alves até o toque final de Bruno Henrique.

Ali, quando a bola estufou as redes Burrai, aos quatro minutos do segundo tempo, estava resolvida uma semifinal que não durou nem 50 minutos de futebol competitivo. Tempo que o Flamengo soube administrar e dividir com inteligência entre reter a bola até abrir o placar, se fechar para conter o ímpeto de um adversário no desespero e dar o golpe final na volta do intervalo.

Flamengo no mata-mata

  • 6 jogos
  • 6 vitórias
  • 18 gols marcados
  • 3 gols sofridos

Não dá para dizer que o Flamengo não fez um grande jogo no Equador. Esperar controle da bola e atitude totalmente ofensiva os 90 minutos em uma semifinal de Libertadores é se desconectar da realidade. Nem no 5 a 0 contra o Grêmio foi assim, os gaúchos tiveram bons momentos até Bruno Henrique abrir o placar. Já o Barcelona nem isso conseguiu até o próprio Bruno Henrique repetir a dose.

O Flamengo começou a partida ignorando a vantagem de 2 a 0 do Maracanã e com postura agressiva. Não atacava desesperadamente, mas retinha a bola no campo adversário e avançava com inteligência. Nem o susto da lesão de David Luiz foi suficiente para tirar o time dos eixos.

Um bote de Arão campo de ataque deixou a bola à feição para Everton Ribeiro servir Bruno Henrique nas costas da zaga para driblar o goleiro e abrir o placar. O gol que forçaria o Barcelona a se mandar desesperado em busca de três saiu aos 17 minutos, e o Flamengo mudou a estratégia.

Com linhas mais baixas, deu campo ao Barcelona, mas diminuiu os espaços a partir da intermediária. O time equatoriano até balançava bem o jogo da direita para esquerda, mas os espaços que apareciam praticamente exigiam bolas alçadas na área ou chute de fora.

Diego Alves terminou o primeiro tempo com cinco defesas? Sim. Mas nada em jogada bem trabalhada pelo time amarelo. Três foram chutes fracos sem perigo e os dois milagres aconteceram em lances isolados: uma falta de média distância e um corte errado de Rodrigo Caio que encontrou o Martínez no bico da pequena área para grande defesa do goleiro.

Foram 27 cruzamentos do Barcelona na área rubro-negra ao longo do jogo e em apenas sete os atacantes conseguiram dar sequência ao lance. A permanência dos equatorianos no campo ofensivo esteve longe de representar pressão para um Flamengo que voltou do intervalo mais agressivo na marcação e vertical nas ações com a bola.

O golpe decisivo foi dado aos quatro minutos em jogada com a participação de todo time. Literalmente! Em 36 segundos, foram 12 passes trocados com a toques dos 11 jogadores que vestiam vermelho e preto em campo. Gabriel foi responsável por abrir um clarão na defesa adversária bom belo passe, Everton Ribeiro pela assistência e BH pelo gol. Classificação resolvida.

Com 2 a 0 no placar e 4 a 0 no agregado, a semifinal acabou ali. O Barcelona jogou a toalha, atacava sem força, e o time de Renato diminuiu o ritmo. Bastaram 50 minutos em Guayaquil. Restam quase dois meses até Montevidéu. O Flamengo é finalista da Libertadores em campanha com uma característica até pouco tempo inimaginável: sem sustos!

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