Chegou a hora do produtor aprender a se proteger nos mercados futuros e de opções

Também, nesta coluna, como a Petrobras está sangrando seu cofre e também os seus milhões de acionistas minoritários

Os mercados futuros na B3 são pouco movimentados pelos produtores rurais. A maioria das operações é deslanchada por especuladores e, no caso do boi gordo, pelos frigoríficos.

E quando os produtores observam as quedas dos contratos, em sessões seguidas, aí que eles evitam mesmo trabalhar nesse mercado.

Mas há um pequeno percentual que consegue ganhar dinheiro, sabendo entrar e sair, mas igualmente fazendo hedge sobre as compras de futuros.

Estamos falando do mercado de opções, nos quais através da opção de compra (Call) ou de venda (put), o produtor pode tentar operar se protegendo, inclusive, dos momentos de baixas dos ativos no mercado físico.

Em geral, nas opções se negocia o direito de comprar ou vender ativos no futuro e valem menos do que o ativo-objeto, já que o que é negociado é um direito de transacionar a o ativo, e não o ativo em si.

Está-se assistindo as quedas constantes do milho e do boi nos mercados futuros, mas quem fez uma call, comprando uma put, está garantindo seu capital e alguma remuneração.

O objetivo aqui é não dar uma aula, há certa dose de complexidade para se explicar em um único texto.

O pensamento é incentivar os produtores a começarem a trabalhar com um pé na modernidade. Olhar as opções de garantia para seu negócio e não ficarem presos apenas às operações no mercado físico.

Procurem informações. A própria B3 costuma oferecer cursos online, assim como algumas outras instituições e corretoras.

Insistam também com seus sindicatos, suas associações de classes, para que promovam cursos, seminários, treinamentos, trazendo especialistas.

Se até o jeito de produzir vai mudando, com o avanço do conhecimento, o resto também vai exigindo novas informações.

Me engana que eu gosto, Petrobras

A Petrobras é a empresa com maior número de ações no mercado de capitais. E uma grande parte está nas mãos de acionistas minoritários.

Quem não se lembra das campanhas da estatal para os brasileiros comprarem ações até com o FGTS?

Mas esses minoritários estão perdendo dinheiro. Como não possuem grandes lotes e não são profissionalizados no mercado de capitais, naturalmente não se aproveitam dos momentos positivos, ou mesmo dos negativos, como os grandes fundos.

Pois bem. Só com as intervenções nas cotações dos combustíveis, evitando repasses do petróleo e o câmbio, sem que os preços finais de venda exprimam o real valor, as ações da Petrobras têm uma cotação abaixo do que seria o normal.

Olhando, naturalmente, apenas por esse fundamento.

Nesta segunda (27), o barril do petróleo está acima de US$ 78 e o dólar acima de R$ 5,34. E o último aumento à gasolina e ao diesel foi em 11 de agosto. E não foram integrais, como nunca vêm sendo.

O governo Bolsonaro, assim como o governo Dilma, estão sangrando os minoritários.

Aquele homem ou mulher que se viram desempregados pela pandemia, por exemplo, e que tinham um pouquinho de PETR4 (as ações preferenciais em circulação) e resolveram vender, certamente conseguiram muito menos do que o capital investido lá atrás, quando compraram os papéis.

Os casos se multiplicam e poderiam, até, serem objetos de uma ação judicial contra a Petrobras.

Ah, mas o governo segurando os preços ajuda a aliviar a inflação.

Bobagem, isso é pontual. Porque a conta vai chegar para todos, de qualquer forma, já que a Petrobras ganhando menos, entra em déficit e prejudica seu desempenho.

E, em algum momento, corre-se o risco de o governo ter que emprestar recursos, via Tesouro, para a companhia bancar suas operações.

Mas, independente disso, a responsabilidade de uma empresa com ações em bolsa, mais ainda sendo a aberração de uma estatal, é pela boa gestão.

O ativo pode subir ou cair por movimentos de mercado, mas não por intervenções.

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