Aldeias indígenas de MS recebem visitas técnicas da Agraer para atendimento personalizado

Uma equipe técnica da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), realizou esta semana uma série de visitas às comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.

O motivo do encontro é, por intermédio do diálogo e da troca de informações, conhecer as reais e mais urgentes necessidades dos produtores indígenas de Mato Grosso do Sul. “Participei da visita em Nioaque e o objetivo era articular uma reunião conjunta entre a Agraer e a Funai referente à política pública para as comunidades indígenas. A primeira abordagem queria saber o que de fato os indígenas querem e precisam para poder melhorar suas atividades produtivas. Visitamos as quatro aldeias do município: Cabeceira, Taboquinha, Água Branca e Brejão”, explica o pesquisador da Agraer, Tércio Jacques Fehlauer.

A finalidade principal é a disseminação do Proacin/MS, uma iniciativa do Governo do Estado, implantada em 2015 com a missão de apoiar os agricultores familiares das comunidades indígenas no fortalecimento da produção sustentável, respeitando as especificidades culturais de cada localidade.

Para a coordenadora do Proacin, Loreta da Silva de Sousa Pereira, muitos aspectos que interferem no desenvolvimento rural da comunidade indígena. “De maquinário, a agroindústria ou apenas assistência técnica, essa foi a constatação de que são vários os tópicos das demandas dos indígenas do Estado. Em Nioaque, por exemplo, eles produzem 700 quilos de mel, mas vendem a produção por intermédio de atravessador porque eles não têm o SIM – Serviço de Inspeção Municipal, por exemplo”.

Loreta reforça que é um trabalho ‘formiguinha’, mas personalizado e fundamental. “Estamos coletando dados a fim de reafirmar o Proacim, programa do Governo do Estado, a ideia é fornecer subsídio, mas de forma assertiva, para que os indígenas permaneçam no campo com qualidade de vida, produzindo para subsistência e comercialização de seus produtos”.

Segundo os especialistas, nas áreas indígenas, é preciso ampliar o serviço de assistência técnica. “Constatamos um problema em comum: a terra enfraquecida, esgotada, falta um tratamento completo e personalizado, falta adubação corretiva”, salienta Fehlauer.

Para o presidente do Conselho Tribal da Aldeia André, Oenisom Gabriel André, em Dois Irmãos do Buriti, o encontro permite políticas públicas mais adequadas aos indígenas. “São 65 famílias em nossa aldeia. Atualmente, nossa produção é baseada na mandioca, banana, maca, e outras culturas como milho, feijão de corda, estamos inovando cultivando a laranja e o limão Taiti, e um pouco de Pokã. Abrimos uma agroindústria, para a produção de suco natural de laranja, mas a venda ainda é por atravessador”.

“Hoje, nossa necessidade é a patrulha mecanizada. Com a visita, a Agraer ouviu nossas necessidades, o desabafo da maioria da população indígena, sobre nosso dia a dia”, salientou a liderança indígena.

A viagem técnica contou com a participação da diretoria da Agraer e esteve em Nioaque, nas aldeias Cabeceira composta por aproximadamente 112 famílias, sendo em média 60 produtores familiares; Água Branca composta por aproximadamente 76 famílias, sendo 15 produtores familiares; Brejão composta por 148 famílias, com 100 agricultores.  Em Sidrolândia foram visitadas as comunidades das Aldeias Lagoinha, Córrego do Meio e Dez de Maio e em Dois Irmãos do Buriti.

Ana Brito, Subcom 

Fotos Agraer 

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