Competividade do frango frente ao boi amplia-se neste ano
Ambos, frango vivo e boi em pé, estão chegando ao final do primeiro semestre de 2021 registrando preços recordes. Mas como o preço do frango evolui, desde janeiro, em níveis bem mais elevados que o do boi – só neste ano, aumento de 30%, contra pouco mais de 18% do boi – a impressão que fica é a de que desapareceu a anterior competitividade do frango.
Ledo engano. Pois o frango encerra o primeiro semestre de 2021 com uma cotação que equivale (dados preliminares) a não mais que 23% do preço do boi (valor da arroba convertido em quilogramas), o mais baixo índice dos últimos 11 anos e, provavelmente, de toda a moderna história dos dois produtos.
Nem sempre foi assim. Pois na “pré-história” da atual avicultura, os preços do frango chegavam a ser até proibitivos frente ao boi. Tanto, que seu consumo ficava reservado quase exclusivamente para os domingos e, principalmente, para as grandes comemorações anuais (Páscoa, Dia das Mães, Natal).
A produção em massa a partir da segunda metade do século passado reverteu essa situação. E quando o século XXI começou, frango mais caro que o boi já havia se tornado coisa de um passado remoto, garantindo acessibilidade crescente ao consumidor do produto. Para comprovar, basta observar a evolução do consumo per capita: 50% de aumento em uma década (1917-2007), outros 50% nos seis anos seguintes (2007-2013).
Ainda mais claro o alto e crescente grau de competitividade do frango. Assim, entre 2011 e 2021 a menor competitividade frente ao boi ocorreu em 2013, ano em que um volume “x” de frango vivo correspondeu a 36% de igual quantidade do boi em pé.
Como em todo ciclo, ligeira recuperação foi registrada cinco anos depois, mas sem chegar ao índice anterior (30%). No momento (isto é, no primeiro semestre de 2021) encontra-se em 23%. Dificilmente sairá dessa faixa no segundo semestre.