97% da expansão de soja no Cerrado se deu em áreas abertas
Índice é fundamental para que União Europeia continue comprando grãos e farelo brasileiros
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou dados do mapeamento que acompanha o desmatamento no Cerrado e na Amazônia, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O estudo mostra que em 1981 foram desmatados cerca de 30 mil km² nos dois biomas. No Cerrado, atualmente, a área está em 7 mil km², redução de 75%. Já na Amazônia, dos 30 mil km² no início da década de 80, chegou a 11 mil km² em 2020. No entanto, até o início de dezembro de 2021, o número teve uma leve alta e foram computados 13 mil km². Mesmo assim, a redução nas duas últimas décadas foi de mais da metade.
De acordo com Bernardo Pires, gerente de sustentabilidade da Abiove, a cultura da soja permitiu redução na taxa em todos os estados do Cerrado. “A expansão da soja no bioma Cerrado caiu de 13% em cima da vegetação nativa, no período de 2001 a 2007, para 3% entre 2014 e 2021, ou seja, nos últimos sete anos, 97% da expansão da soja que ocorreu no Cerrado foi em áreas abertas antes de 2014”, constata.
Ainda segundo Pires, o mercado está cada vez mais rigoroso com produtos originados de áreas desmatadas. “O mercado europeu absorve 54% do farelo de soja e movimenta US$ 5 milhões e demanda produtos livres de desmatamento”, completa.