Era a Vila Belmiro, mas poderia ser Morumbi, CT da Barra Funda ou Cotia. O São Paulo se apresentou diante do Santos, na casa do rival, de uma maneira madura, simbolizada nos desempenhos dos jovens Diego Costa e Pablo Maia. Duas crias de Cotia que atuaram em alto nível na melhor apresentação são-paulina na temporada de 2022.
O placar de 3 a 0 foi construído de maneira gradual. Se no primeiro tempo o São Paulo achou o gol na qualidade individual de Nikão e Eder, que combinaram cruzamento e cabeçada certeira, na etapa final o Tricolor controlou o jogo da maneira que quis.
Defensivamente, Rogério Ceni corrigiu um problema evidente ao substituir Reinaldo por Léo. O primeiro sofreu com Ângelo no 1 contra 1, e o setor fragilizado foi bem explorado pelo Santos, que terminou o primeiro tempo dominando o clássico. A partir da entrada de Léo, o jovem santista enfrentou mais dificuldades.
Mais atrás, Diego Costa viveu uma das melhores atuações individuais desde a promoção ao time de cima. Diante de Marcos Leonardo, perdeu poucos duelos e justificou o espaço dado neste início de ano.
Mais do que citar destaques individuais, o coletivo do São Paulo apareceu. Contra uma equipe que cede muitos espaços, a ideia de jogo de Rogério Ceni apareceu, com posse de bola, controle e movimentação.
O 3 a 0 veio ao natural, conforme o ritmo exibido por uma formação consistente de time na Vila Belmiro. Foram pelo menos 45 minutos para se absorver e levar de exemplo para o restante da temporada. O São Paulo está invicto há quatro jogos e amadurece, a cada jogo, um time. Rogério Ceni tem um plano.
Por falar em coletivo, o segundo gol merece destaque. Antes de Gabriel Sara dividir com Eduardo Bauermann e ampliar o placar (na súmula está gol contra), a bola passou por todos os jogadores em campo.
A ideia de atrair o rival para o seu campo e buscar espaços foi executada com precisão, simbolizada no passe mais longo de Rafinha que encontrou Calleri com muita liberdade no setor central. O centroavante abriu para Alisson, que achou Gabriel Sara na área.
Este trabalho de bola com paciência e movimentação marcou a atuação do São Paulo. Contra equipes que cedem espaços, Rogério Ceni mostrou ter um plano.