Saiba como foi a relação de Gabigol e Tite no Flamengo
Da frieza à indiferença, atacante e treinador nunca tiveram boa convivência no clube
Ao anunciar sua saída do Flamengo, no domingo, Gabigol disse que viveu um ano conturbado e se referiu a “um treinador que não me respeitava como jogador”. A frase diz respeito a Tite, que comandou a equipe até setembro. A relação entre os dois era ruim antes de o treinador chegar ao clube, e o convívio no Ninho do Urubu reforçou o atrito – quase sempre velado – entre as partes.
Há alguns meses, um episódio em um treinamento agitou os bastidores do CT: um atrito entre Gabigol e Matheus Bachi, filho e auxiliar de Tite. Diferentes fontes relataram ao ge que os dois se desentenderam após uma orientação durante a atividade. O treinador interveio e acalmou a situação.
“Foi quando dois jogadores escutaram Tite dizer ao filho para que ele não se preocupasse com o ocorrido, já que Gabigol estava fora de seus planos”.
Os relatos eram de pouca troca no dia a dia entre Gabigol e Tite. Fontes disseram que o treinador, por inúmeras vezes, designava Matheus para orientar o atacante. Apesar do tratamento mais distante, a relação se manteve sem maiores brigas e desentendimentos.
Mas houve momentos de irritação. Em 20 de fevereiro deste ano, durante goleada sobre o Boavista por 4 a 0, o Flamengo teve um pênalti a seu favor aos 18 minutos do segundo tempo, marcado após consulta ao VAR. Enquanto o árbitro analisava o lance, Gabigol se preparava para entrar na linha lateral.
Quando a penalidade foi marcada, o atacante gritou na direção de Arrascaeta e pediu para o uruguaio falar com Pedro, com o objetivo de que o camisa 9 acelerasse a substituição, deixasse o campo e cedesse a cobrança. Momentos antes, Gabigol já havia pedido a Tite para bater, mas não obteve resposta. Pedro ficou em campo e acabou perdendo o pênalti.
Da frieza à indiferença
A notícia da suspensão do atacante por tentativa de fraude em exame antidoping também incomodou Tite e outros jogadores, assim como as atuações ruins do atacante ao longo da temporada. Dessa forma, a relação mudou.
Na ocasião, poucos dias antes do início da Copa do Mundo do Catar, com o ídolo rubro-negro fora da lista de convocados por Tite, a torcida do Flamengo passou boa parte do percurso cantando o seguinte grito: “Ô, Tite, vai se f…, o Gabigol não precisa de você”. O atacante riu, aplaudiu os torcedores e disse ao microfone: “Eu já estou na seleção”.
Além da perda da espaço dentro de campo, o sentimento de algumas pessoas que convivem no CT é que a chegada de Tite escanteou Gabigol no vestiário do Flamengo. Se antes o atleta era um dos líderes do elenco, ao longo deste ano o jogador se fechou e exerceu menos liderança.