Proprietários rurais do Pantanal afetados pelos incêndios florestais devem ter condições especiais no FCO
Os proprietários rurais do Pantanal de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso cujas propriedades foram impactadas pelos incêndios florestais recentes deverão ter condições especiais na obtenção de crédito junto ao FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para recuperação econômica e ambiental de suas áreas.
A medida, solicitada pelo governador Eduardo Riedel e reforçada pela própria Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), foi validada em reunião online realizada na tarde de quarta-feira (21) com a participação dos representantes das administrações estaduais e do setor produtivo do Centro-Oeste, além dos órgãos federais que integram o Condel (Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste), órgão gestor da Sudeco.
Agora, a minuta segue para aprovação final na próxima Reunião Ordinária do Condel, a ser realizada em 21 de setembro, em Brasília (DF).
“Muitos proprietários rurais do Pantanal sofreram danos significativos em suas propriedades devido aos incêndios, como queima de cercas e pastagens. Isso leva à necessidade de recomposição dessas cercas, replantio de pastagens, e aquisição de máquinas para combate a incêndios florestais”, afirma o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que participou da reunião que antecede o Condel.
Segundo ele, há também uma preocupação com a retenção de matrizes (animais reprodutores). “Muitos produtores, por falta de pastagem, estão se desfazendo de seus rebanhos. Isso poderia ter um impacto negativo de longo prazo na pecuária, especialmente na produção de bezerros, que é relevante para a economia local”, acrescenta o titular da Semadesc.
Para ter acesso a essa linha de crédito especial, os interessados devem comprovar que suas propriedades sofreram danos significativos devido aos incêndios florestais. O financiamento abrange investimentos em recuperação de pastagens, infraestrutura rural, compra de insumos e outras atividades necessárias para a retomada da produção.
“Os prazos e as condições de pagamento são bastante atrativos, com taxas em média de 6% ao ano, compatíveis com as condições de mercado”, lembra o secretário.
Os beneficiários podem contar com um prazo de até 12 anos para quitar o financiamento, incluindo um período de carência de até três anos. As taxas de juros para essa linha especial são subsidiadas. A variação das taxas depende do enquadramento do produtor, que pode se classificar como mini ou pequeno produtor, ou ainda como médio ou grande. Além disso, o financiamento pode cobrir até 100% do valor necessário para a recuperação das áreas afetadas, sem a exigência de contrapartida financeira por parte do beneficiário.
Marcelo Armôa, Comunicação Semadesc
Foto de capa: Arquivo/CBM