Preocupação com ritmo de jogo: como o Inter “reestreia” no ano
Colorado busca amenizar prejuízos para ser competitivo no confronto direto desta terça-feira, contra o Belgrano, pela Sul-Americana, em Barueri
O Inter “reestreia” na temporada em um contexto bem diferente ao que antecedeu o último jogo da equipe há exatamente um mês. Se antes existia certeza de que lutaria por títulos, agora já não há mais convicção nos bastidores. A expectativa para a retomada se mistura entre preocupação e esperança de dar uma resposta positiva ao torcedor. O duelo com Belgrano, às 21h30 desta terça, na Arena Barueri, pode definir o futuro colorado na Sul-Americana.
O clube gaúcho investiu 80 milhões em reforços na janela e preparou um grupo capaz disputar títulos nas três competições. Embora a queda precoce no Gauchão, o desempenho até a parada era animador, com 73,9% de aproveitamento e apenas duas derrotas. Internamente, acreditava-se em uma conquista.
O cenário mudou drasticamente nos últimos 30 dias. As enchentes devastadores inundaram o CT Parque Gigante e o Beira-Rio e mudaram a perspectiva colorada para 2024. O futuro promissor e esperançoso de acabar com o jejum de conquistas se tornou um grande ponto de interrogação para um time que passa a ser itinerante.
– Se eu te falar que quando iniciou o ano eu tinha convicção de que tínhamos condições de brigar pelo título, hoje já não sei. A gente vai jogo a jogo, passo a passo, não tenho certeza se vamos ser postulantes ao título por tudo que aconteceu – admite Magrão, diretor esportivo do Inter.
O momento atual é uma incógnita. Não se sabe nos bastidores como a equipe reagirá às adversidades no confronto desta terça-feira à noite. Há preocupações com ritmo de jogo e aspectos emocionais, além de receio com uma sequência avassaladora de jogos, todos longe de Porto Alegre.
A última vez do Inter em campo foi em 28 de abril, no empate por 1 a 1 com o Atlético-GO. De lá para cá, o grupo do técnico Eduardo Coudet ficou 12 dias parado e encarou duas semanas de treinos, uma no Parque Esportivo da PUCRS e outra no resort onde está hospedado em Itu, no interior de São Paulo.
Os treinos foram focados em recuperar força, intensidade e demais atributos, como qualidade técnica e organização tática. O fator psicológico é um ponto-chave. Os atletas estão distantes da família e parte dos pensamentos segue voltado para a tragédia climática no Rio Grande do Sul.
– Ideia foi amenizar ao máximo as perdas que a gente teve ao longo do último mês. Sabemos que é difícil. É uma retomada. Vai faltar ritmo de jogo, sem contar o aspecto emocional de tudo que os jogadores viveram em Porto Alegre. O pensamento é que a gente possa recomeçar bem e, quem sabe, fazendo um grande jogo – disse Magrão.
Em contrapartida, mesclado com os receios, existe a esperança de dar uma resposta imediata ao povo colorado, na base da superação, com “muita cabeça e muito coração”, como definiu Coudet. A união e a resiliência do grupo viram trunfos neste momento atípico.
Terceiro do Grupo C da Sul-Americana, o Inter joga por uma vitória para assumir a vice-liderança da chave e encurtar a diferença para um ponto. Por outro lado, se perder, não poderá mais alcançar o time argentino e, no máximo, disputará o mata-mata com o time eliminado da Libertadores.
A “reestreia” colorada na temporada ocorre às 21h30 desta terça-feira, na Arena Barueri. O provável time tem: Rochet; Bustos, Vitão, Mercado e Renê; Fernando, Bruno Henrique, Alan Patrick e Mauricio; Enner Valencia e Borré.