Prefeitura começa processo de desapropriação para dar sequência em obras de infraestrutura

Projetos são: novo acesso ao Conjunto Moreninhas e viaduto na BR-163 com a Desembargador Leão Neto do Carmo 

A Prefeitura de Campo Grande começou o processo de desapropriação de áreas para dar continuidade nas obras de infraestrutura para melhorar o fluxo de trânsito na Capital. São elas: o acesso ao Conjunto Moreninhas, na região sul da cidade, e a construção do viaduto na Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo com a BR-163.

O novo acesso às Moreninhas é uma obra mais antiga que, inclusive, já está com alguns trechos finalizados. A nova via começa na Rua Salomão Abdalla, que foi pavimentada na região do Rita Vieira até a Avenida Guaicurus, entrando em trecho do Itamaracá e seguindo até as Moreninhas.

Para a conclusão da obra, conforme foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande na segunda-feira (23), o município anunciou a desapropriação de 52 áreas entre imóveis, terrenos e comércios na região. Serão 24 áreas no Jardim Pacaembu, 17 no Campo Alto, 5 no Universitário e 4 no parcelamento Sitiócas Alvorada.

Conforme divulgado pela prefeitura, serão investidos R$ 42,9 milhões, que abrangem a execução de 9.346,74 metros de drenagem, 2,2 km de ciclovia, 10 km de pavimentação e 4,5 km de recapeamento. A obra envolve recursos do município e do Estado.

A reportagem do jornal O Estado esteve no local onde haverá casas e comércios desapropriados. O motorista de carreta Clayton de Araújo, morador da região, afirmou que já faz tempo que está ouvindo falar sobre o assunto na vizinhança e na internet, mas que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial. “Eu sei que isso é um processo demorado, mas para mim ainda não chegou nenhum comunicado, nem proposta”, disse.

Clayton é proprietário de uma oficina localizada na esquina da Rua Salomão Abdalla com a Avenida Guaicurus e acrescentou que, antes de qualquer publicação oficial, acreditava que deveria ter sido comunicado. “Estamos vendo o que saí na mídia e o que os vizinhos dizem, mas até agora o Poder Público não se posicionou para nós.”

Em contrapartida, o empresário Wilder Held disse que vai esperar chegar a proposta do município, tendo em vista que será um progresso para a cidade e, principalmente, para essa região. “Apesar de ainda não ter sido comunicado oficialmente, eu sei que alguém vai vir aqui falar com a gente, fazer uma proposta e, se for para o desenvolvimento da cidade, eu não vou me opor”, salientou.

BR-163

Em relação ao viaduto, ele será bem-vindo, tendo em vista o trânsito conturbado e cheio de irregularidades para quem costuma trafegar pela Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo até a BR-163. O acesso ao campus da Uniderp Agrárias e ao bairro Chácara dos Poderes deverá ficar mais seguro a partir da construção do projeto. Medindo 60 metros, a nova alternativa foi projetada com espaçamento adequado para a futura duplicação do anel viário.

Mas, para a construção, será necessário utilizar trechos de imóveis localizados no Jardim Veraneio. Segundo a publicação no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), áreas de 14 imóveis serão desapropriadas. “O atual estágio faz parte do processo para consolidação do mesmo. Este é o primeiro passo para o andamento, considerando a necessidade de desapropriação para a execução”, afirmaram em nota.

As obras, após iniciadas, terão duração de 16 meses e terão custo total de R$ 25 milhões, sendo R$ 16 milhões em contrapartida do município e R$ 9 milhões a título de investimento. A construção será custeada pela Plaenge Construtora, sem custo para o município.

O viaduto foi a opção de engenharia definida, conforme a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). “A implementação do projeto é para evitar congestionamentos nos horários de pico do movimento na Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, sendo a única opção de acesso asfaltado à Chácara dos Poderes”, destacou a secretaria.

O viaduto projetado para a travessia do macroanel terá 496,58 metros de extensão distribuídos em 4 vãos de 15 metros, 17,10 metros de largura, espaço suficiente para duas pistas de tráfego, acostamento, ciclovia e faixa de pedestres. Além de alças de acesso que permitirão conversões nos dois sentidos.

Com empreendimentos na região, o superintendente da Plaenge Urbanismo, Leonardo Turim, falou da satisfação em firmar a parceria com a gestão municipal. “Entre as novidades, no último dia 19 de janeiro deste ano, a Plaenge assinou contrato junto à CCR MSVia. Há ainda procedimentos legais em andamento, antes do início das obras”, esclareceu.

Para o senhor Tião, dono do “Bar do Tião”, que fica localizado na esquina do cruzamento, será uma grande evolução para a região. “Por aqui tem bastante acidente. Os motoristas não respeitam as sinalizações, mas também é porque não tem retorno, então eles precisam fazer uma manobra aqui na rua, para voltar à BR. Isso atrasa o serviço deles, perde tempo, além de ser um risco, porque não é para ser feito isso aqui na rua. Então esse viaduto vai dar para eles a opção de retorno e saída. Sem dúvida vai até diminuir os acidentes”, afirmou.

Acostumado com a situação do trânsito da região, Francisco Mamede, 57 anos, trabalha vendendo adubo orgânico no cruzamento. Sentado em sua cadeira de praia às margens da rodovia, ele passa o dia no local, e afirma ser corriqueiro o descumprimento das sinalizações por parte dos motoristas. “Até o ônibus precisa entrar por essa avenida que cruza, e ‘dar o balão’ para retornar à BR. Se ficarem 10 minutos só observando o trânsito, vão entender a necessidade desse viaduto, e com urgência.”

Por Brenda Leitte e Tamires Santana   – Jornal O Estado do MS.

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