Precaução não faz mal, mas futebol do Atlético-MG é de campeão brasileiro 2021
Galo controla Corinthians para vencer com tranquilidade e anotando golaços; clima pós-jogo foi de enxergar o óbvio: Galo tem caminho pavimentado pela tão sonhada taça
Sonhar é de graça. Realizar exige suor, dedicação, sacrifício, qualidade e, também, humildade. O Atlético-MG não é campeão brasileiro. Mas está perto de ser. Os 58 mil torcedores na quarta-feira sabem disso. É impossível ignorar a proximidade do feito. A comemoração, após os 3 a 0 diante do Corinthians, trazem respostas.
Há uma grande confiança pela taça nacional, muito pelo que o torcedor vê neste Galo de Cuca. Se toda cautela é pouca em relação a um clube que foi vice-campeão invicto em 1977, bateu na trave várias vezes com timaços, o que o Atlético 2021 vem jogando traz solidez para o fim do jejum.
A torcida fez uma bonita festa, após o apito final. Um membro da comissão rodou camisa junto com os torcedores. Crianças (provavelmente filhas de jogadores) bateram bola no campo vazio. O clima era de comemoração pelo que virá. Cuca foi ao meio de campo, agradeceu, saiu ovacionado em direção ao túnel dos vestiários.
São 68 pontos somados, 10 a mais do que o líder, faltando apenas sete rodadas. O Atlético não é campeão, ainda. As chances matemáticas de título foram para 98%, probabilidade bem mais alentadora do que a quase contratação de Marcelo Gallardo em 2008.
Dominante no Mineirão (13 vitórias seguidas!). Não deu chances para o Corinthians sequer chegar perto de um empate. Logo no começo, Diego Costa contou com uma reação tardia e equivocada de Cássio para balançar as redes. O camisa 19 desfilou em campo.
Mas ele também traz uma missão para Cuca. O centroavante obriga o companheiro a jogar mais atrás, buscando espaços entre volantes e zagueiros, mais longe do gol. Inteligentemente, o treinador tirou Diego Costa (também) para dar a Hulk a chance de ficar perto das finalizações. Deu tão certo que o camisa 7 voltou a ser artilheiro do Brasileiro (12) em grande jogada individual no fim da partida.
Antes disso, Keno foi o autor do primeiro golaço da noite. Com um meio de campo sem Jair e Nacho, o Atlético soube se impor. Principalmente com uma linha defensiva bem postada, dois zagueiros de bom jogo aéreo e antecipação. O Corinthians praticamente não assustou Everson.
O líder do Brasileiro soube controlar a partida, desacelerar, dar ritmo no fim, anular as forças do adversário. O banco de reservas de Cuca estava prejudicado em termos de opções. Eram cinco desfalques, sendo quatro por data Fifa.
Se faltava um armador entre Allan-Tchê Tchê e Hulk-Diego Costa, a transição do meio para o ataque funcionou em bolas diretas. Mas o centroavante demonstrou ser tão diferenciado quanto Givanildo, para o futebol brasileiro. Não foi achado em campo.
O Atlético-MG, agora, terá dias de descanso. Para manter o foco, renovar energias, montar estratégias e garantir que o título que escapou em 1977, 1980, 1999, 2012 e 2015 finalmente pare em mãos alvinegras.
Dos 31 jogos no Brasileiro, o Atlético não sofreu gols em 14. É a melhor defesa (22 gols contra)