Pouco mais de um terço de candidaturas em Dourados são mulheres
Houve um pequeno crescimento se comparado a eleição municipal de 2016, quando os douradenses elegeram a primeira mulher prefeita
Mesmo com novas regras para estimular a participação feminina na política, o número de mulheres disputando as eleições em Dourados continua baixo: 32,7%. Este ano, além de uma cota de participação mínima de 30%, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) obrigou partidos políticos a direcionarem 5% do Fundo Partidário para as campanhas das mulheres.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 361 candidatos registrados, 118 são do sexo feminino e 243 são homens. Um se inscreveu com nome social. Em 2016, o percentual de mulheres que concorriam a uma vaga na política douradense era de 32,4%, o que mostra tímido crescimento de lá para cá. Na eleição municipal passada apenas uma mulher foi eleita para a Câmara Municipal (Daniela Hall), do total de 19 vagas. Também naquele ano Dourados elegeu Délia Razuk como a primeira prefeita da cidade.
De acordo com o DivulgaCandContas, sistema responsável pela divulgação das candidaturas registradas, dos 361 candidatos que concorrem a eleição, 247 disputam vaga na Câmara e 7 a prefeito e outros 7 como vice-prefeito.
Os dados ainda mostram que 208 candidatos (57%) são branco, 115 são pardo (31%), 24 são da cor preta (6,6%) e 13 são indígenas (3,6%). Com população de 17 mil índios, Dourados só teve até agora um indígena na Câmara. Nesta eleição terá pela primeira vez um candidato a prefeito, que é homem.
Quanto ao grau de instrução, 121 dos candidatos têm ensino superior (33%), 118 possuem o ensino médio (32%), 41 o ensino fundamental completo (11,36%), 33 o fundamental incompleto (9%), 24 o superior incompleto (6%), 16 o médio incompleto (4%) e 8 apenas lê e escreve (2%).
Mato Grosso do Sul
No Estado houve um crescimento de candidaturas femininas entre 2016 e 2020, sendo maior que a média nacional. Enquanto os dados nacionais são de 33,2% de mulheres que vão concorrer à eleição, em Mato Grosso do Sul é 34,1%.
Isso significa que, o crescimento de candidatas no país foi de 1,3% nos últimos quatro anos enquanto no Estado chegou a 1,9%. Das candidaturas para prefeituras no Estado, apenas 36 são mulheres. Já para vice-prefeita são 67. Em Dourados nenhum dos sete candidatos a prefeito é mulher. Já para vice há duas mulheres.
Mais mulheres
Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado um progresso no debate público em torno da valorização e dos direitos das mulheres. A participação feminina na política é uma das questões que têm ganhado destaque. E o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é um dos protagonistas no assunto, com iniciativas para promover a ampliação da presença das mulheres nos espaços de poder, em busca de uma sociedade mais justa e igualitária.
A Corte Eleitoral tem promovido diversas campanhas sobre o tema em suas redes sociais e nas emissoras de rádio e TV de todo o Brasil. A mais recente, intitulada “Mais mulheres na política: a gente pode, o Brasil precisa”, tem a finalidade de inspirar mulheres a ocuparem cargos políticos e mostrar que o aumento de lideranças femininas é bom para toda a sociedade.
Outra ação importante foi a criação do site #ParticipaMulher, em homenagem às mulheres que fizeram e ainda fazem história na vida política e na Justiça Eleitoral. A página é parte das ações que integram as atividades da Comissão Gestora de Política de Gênero, instituída em 11 de outubro, por meio da Portaria TSE nº 791.
A criação da Comissão atende à solicitação feita pela Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nas Eleições 2018, a entidade recomendou que a Justiça Eleitoral atuasse em prol do aumento da participação das mulheres no cenário político.