As cotações internacionais do cereal subiram na última semana, influenciadas pela valorização do trigo em Chicago e também pelo petróleo
A guerra entre Rússia e Ucrânia mexeu com o mercado de milho na última semana. As cotações internacionais do cereal foram influenciadas de maneira indireta, já que acompanharam a valorização do trigo e também do petróleo. Para o Brasil, o destaque segue nas dificuldades de abastecimento, que tornam o cenário desafiador até a entrada da safrinha no mercado.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Fernando Henrique Iglesias.
– O mercado brasileiro de milho encerra a semana apresentando inexpressivo fluxo de negócios. A tensão geopolítica na Europa Oriental somado ao feriado de Carnaval esfriaram o mercado;
– Os consumidores podem se deparar com maiores dificuldades de abastecimento de milho após o feriado, o que pode representar algum aquecimento do mercado;
– O quadro de abastecimento de milho seguirá complicado até a entrada da safrinha no mercado, portanto ainda há 4 meses de abastecimento que seguirão desafiadores;
– A janela de clima para a safrinha brasileira será um fator preponderante a ser considerado no curto prazo, há uma grande necessidade de uma safra cheia para corrigir os problemas de abastecimento;
– Com a safrinha transcorrendo dentro de sua normalidade, o mercado será guiado pela paridade de exportação, portanto a referência será de porto menos frete para os preços regionais;
– No mercado internacional, o noticiário se concentrou na tensão geopolítica na Europa Oriental. Os preços das commodities agrícolas foram impulsionados na última quinta-feira (24), com direito a limite de alta para os contratos de trigo;
– O milho foi influenciado de maneiras distintas, a começar pela alta do vizinho trigo. A forte alta do petróleo na última semana também remete a alta do milho, considerando o potencial aumento do consumo de etanol de milho;
– Na sexta-feira, houve o entendimento que o conflito tende a se manter regionalizado, sem o envolvimento das outras potências globais. Nesse contexto o mercado começou a desfazer sua posição de compra em commodities, resultando em um forte movimento de realização;
– Os próximos dias serão decisivos para um entendimento mais claro sobre as consequências da ação russa na Ucrânia.