Infraestrutura volta à pauta de comissão da Agricultura no Senado
A Comissão de Agricultura deu início, nesta quinta (12), a uma série de audiências para debater as condições logísticas do agronegócio; a duplicação da rodovia BR-364, entre Porto Velho (RO) e Comodoro (MT), foi o tema do primeiro encontro.
A Comissão de Agricultura no Senado Federal deu início, nesta quinta-feira (12), a uma série de audiências públicas para debater a infraestrutura do agronegócio nacional. A duplicação da rodovia BR-364, que liga Porto Velho (RO) a Comodoro (MT) foi o tema do primeiro encontro, além da manutenção da rodovia BR-319.
Atualmente, cerca de metade dos grãos produzidos no Brasil é exportada pelo corredor rodoviário da região Norte, que apresenta o menor custo para transporte e frete (R$ 180 por tonelada). Para o presidente da Comissão de Agricultura, Acir Gurgacz, do PDT de Rondônia, a manutenção dessas estradas pode levar mais lucro ao campo e dar mais segurança aos trabalhadores envolvidos nessa cadeia.
“A situação precária de nossas estradas é resultado do baixo nível de investimentos do governo federal, inclusive na criação de novas vias. O investimento em outros modais, como o ferroviário, também está abaixo do necessário”, declarou o parlamentar, citando o caso da BR-364, que conecta as regiões produtoras de Mato Grosso às hidrovias dos rios Madeira e da Amazônia e os portos do Norte.
Gurgacz frisou que é necessário investir na manutenção e ampliação das rodovias para desonerar os produtores rurais e mitigar riscos no tráfego de veículos. “Os produtores pagam uma conta mais cara e milhares de cidadãos se arriscam todo dia nessas vias”, declarou. “O custo de transporte de grãos poderia cair pela metade, na região, se a BR-364 fosse duplicada, o que cobramos do governo desde 2010”, observou o senador.
O diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, que também participa das discussões, defendeu a concessão da rodovia para viabilizar sua duplicação. “O grande problema que temos hoje é o volume de produção que transita pela região do Arco Norte com origina no Centro-oeste, cerca de dez milhões de toneladas”, comentou o especialista.
A economia da região norte do Brasil tem crescido mais que a média nacional há muito tempo, no entanto tem o maior índice de rodovias em condições adversas. Um caso típico do baixo investimento do governo federal na região norte é o caso da BR 364, principal artéria viária de Rondônia e tem importância estratégica para nosso país, de acordo com informações da Comissão de Agricultura.
Esperidião Amin (PP-SC), criticou o modelo de licitação baseado no menor preço para as obras em rodovias e defendeu flexibilidade do teto de gastos para essas atividades. O modelo de licitação baseado no menor preço tem propiciado mais fracassos e problemas do que êxito e sucesso, e o limite no teto de gastos praticamente está inviabilizando obras de infraestrutura que são fundamentais para o desenvolvimento da maior parte do Brasil.
Já o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) afirmou que o avanço da lavoura e o desenvolvimento social dependem da melhoria nas rodovias que atravessam a área. Para a consultora da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Elisângela Pereira Lopez, “o agronegócio tem crescido diariamente e a infraestrutura não acompanha o esforço diário do produtor”.