Governador anuncia a conquista do status de área livre de febre aftosa e comemora abertura de novos mercados para produtos do MS
Secretário Jaime Verruck enfatiza que isso é resultado do planejamento, investimento e ações do Governo do Estado na área da vigilância sanitária animal
Mato Grosso do Sul terá status de área livre de febre aftosa, sem vacinação, a partir de 2023, ao concluir em novembro deste ano a última etapa para obter o título pelo Ministério da Agricultura. De acordo com o último levantamento do PNEFA (Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa), do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a campanha de imunização do rebanho bovino sul-mato-grossense deste ano será a última antes da certificação das autoridades sanitárias nacionais e internacionais. Isso, graças às ações do Comitê Estadual do PNEFA, realizadas pelo Governo do Estado por meio da Iagro (Agência de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal) e Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
O secretário Nacional de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, afirmou que Mato Grosso do Sul deixa de ser área livre de febre aftosa sem vacinação, pelo trabalho realizado pelo Governo do Estado e produtores. “Mato Grosso do Sul fez um grande investimento, seguindo as metas do Ministério da Agricultura, e agora está autorizado a vacinar pela última vez em novembro e a partir do ano que vem, pelo reconhecimento nacional, estão livres da febre aftosa sem vacinação, e isso vai abrir novos mercados e reduzir custos para os pecuaristas”, pontuou.
Para o governador Reinaldo Azambuja, isso é resultado de um trabalho que vem sendo realizado há anos pelo Governo do Estado, com investimentos em infraestrutura, tecnologia, capacitação dos servidores e ações sanitárias eficientes e rígidas. “Isso aumenta muito a competitividade dos nossos produtos da agropecuária, vai trazer um novo perfil da agropecuária de Mato Grosso do Sul, nossos produtos serão mais valorizados lá fora, aquilo que é produzido aqui terá um valor agregado e toda a sociedade ganha com isso”, afirmou.
“Isso é resultado de um esforço conjunto, e com a retirada da vacinação a partir do ano que vem, Mato Grosso do Sul entra em outro patamar da pecuária nacional e mundial”, afirmou a ex-ministra da Agricultura, Teresa Cristina, ao participar da Expozebu, em Uberaba (MG), junto com o ministro da Agricultura Marcos Montes e do secretário Nacional de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.
“Nos últimos dois anos, intensificamos as ações do Comitê Estadual do PNEFA. O ministério avalia um conjunto de 29 itens, com uma série de ramificações. Hoje, nosso trabalho de fiscalização e prevenção, realizado por meio da Iagro, encontra-se em outro patamar. Instituímos um Fundo público e um fundo privado para as ações de combate e prevenção à doença, vamos realizar concurso público para contratação de novos profissionais, renovamos toda a frota de veículos utilizados na fiscalização e, por fim, publicamos há poucos dias o nosso programa de vigilância na fronteira, que é o Lobo Guará”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Mato Grosso do Sul integra o Bloco IV no Plano Estratégico 2017-2026 do PNEFA, que prevê a retirada total da vacinação no país até 2023. Outros seis estados do Bloco IV do PNEFA (DF, ES, GO, MG, MT, TO) também devem realizar, em novembro de 2022, suas últimas campanhas de imunização contra a aftosa. Os estados da Bahia, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo, até o momento, ainda não atingiram os indicadores necessários para retirada da vacinação.
De acordo com os dados apresentados pelo Mapa, Mato Grosso do Sul atingiu a pontuação 3,3 no Quali SV, a segunda melhor dentre os estados do Bloco IV do PNEFA e se credenciou para a retirada da vacinação contra a febre aftosa. O Quali SV (Programa de Avaliação e Aperfeiçoamento da Qualidade dos Serviços Veterinários Oficiais) foi instituído pela Instrução Normativa N.º 27, de 17 de julho de 2017. É uma metodologia de vigilância por quadrantes, utilizada pelo PNEFA.
O ‘redimensionamento da Vigilância Sanitária por Quadrante’ mapeia os municípios em quadrantes, redimensionando-os geograficamente, e faz a classificação de risco de cada quadrante, possibilitando o planejamento anual das atividades das Unidades Locais por meio da análise de imagens de satélite, mapas e históricos de eventos sanitários. Definido o perfil epidemiológico e a quantidade de visitas por ano, o método estabelece as prioridades, define o calendário de execução das atividades e projeta os custos operacionais.
Plano Estratégico do PNEFA
O Plano Estratégico do PNEFA tem como objetivo principal “criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e à sociedade brasileira”.
De acordo com o governo federal, ele foi delineado para ser executado em um período de 10 anos, iniciando em 2017 e encerrando em 2026. Está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), convergindo com os esforços para a erradicação da doença na América do Sul.
Um dos seus objetivos é a substituição gradual da vacinação contra a febre aftosa, em todo o território brasileiro, que implica na adoção de diversas ações a serem desenvolvidas em âmbito municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do Serviço Veterinário Oficial (SVO), setor privado, produtores rurais e agentes políticos.
Também participaram do evento o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold e Celso Martins, superintendente Federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul.
Paulo Yafusso (Subcom), Marcelo Armôa e Rosana Siqueira, (Semagro)