Flamengo conquista título simbólico da Taça Guanabara

Show em ritmo de treino de luxo contra Maricá faz torcedor matar a saudade das atuações de 2019. Time encerra “pré-temporada” com dois motivos para comemorar mais do que o troféu

“Um futebol muito acima dos outros clubes”.

A frase é de Dida, goleiro do Maricá, após a goleada de 5 a 0 aplicada pelo Flamengo na noite de sábado no Maracanã. Não é nem uma sensação, é uma absoluta certeza que o Rubro-Negro sobrou e foi o melhor time da Taça Guanabara. Desde a volta da cavalaria (o clube disputou as primeiras rodadas com uma equipe B formada por garotos), foram seis vitórias, um empate, 17 gols marcados e NENHUM sofrido.

O Flamengo se isola como o maior campeão da Taça Guanabara, agora com 25 conquistas (quase o dobro das 13 do Vasco, segundo maior ganhador). Um título que cada vez tem sido mais simbólico, pela pouca relevância esportiva. Mas o simbolismo que interessa aos torcedores rubro-negros é o saudosismo (e esperança) que a forma de jogar desse time do Filipe Luís faz lembrar aquela do Jorge Jesus no ano mágico de 2019.

Jogadores do Flamengo levantam a Taça Guanabara de 2025 — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

Jogadores do Flamengo levantam a Taça Guanabara de 2025 — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

“Tudo isso por causa de uma goleada sobre o Maricá, estreante na primeira divisão do Carioca”? Negativo, esta é uma análise geral do campeonato até aqui. Seja com os titulares ou poupando jogadores, o Flamengo de Filipe Luís dominou todos os adversários e pouco sofreu. A exceção foi contra o Fluminense, em que o domínio rubro-negro ficou só no campo territorial e não se refletiu em chances e no placar (o Tricolor armou um ferrolho para amarrar o jogo e segurar o Fla).

Scout – Flamengo x Maricá

Quesitos Flamengo Maricá
Posse de bola 67% 33%
Finalizações (no alvo) 20 (10) 4 (0)
Chances de gol* 10 1
Passes (precisão) 758 (90%) 246 (75%)
Desarmes 14 20
Escanteios 12 3
Faltas 6 3
Impedimentos 2 2

Agora sim, falando exclusivamente da partida contra o Maricá, foi um treino de luxo para o Flamengo. Mesmo sem lateral-esquerdo (Léo Pereira atuou improvisado); mesmo com Wesley poupado; mesmo sem De la Cruz (com um corte no pé), e mesmo perdendo Cebolinha lesionado no primeiro tempo, o time goleou sem fazer força. Os números evidenciam o atropelo: 67% de posse de bola contra 33%, 20 finalizações contra quatro e 10 chances de gol contra só uma adversária: a cabeçada de Felipe Carvalho aos 28 do segundo tempo .

Foi um passeio rubro-negro que merecia casa cheia, mas o público foi inferior a 30 mil, metade da capacidade do Maracanã. Ainda é cedo para comparações mais aprofundadas. Mas a intensidade e a “nota artística”, termo empregado pelo próprio Jorge Jesus, dão esperança aos flamenguistas de ter uma nova temporada mágica como foi há seis anos. Coincidência ou não, os três jogadores que levantaram o troféu são os únicos remanescentes de 2019: Gerson, Arrascaeta e Bruno Henrique.

Mais dois motivos para comemorar

O Flamengo vem utilizando o Carioca como uma extensão da pré-temporada, rodando bastante o time, mas agora na fase mata-mata deve ir com força máxima. E antes da semifinal, Filipe Luís teve mais dois pontos positivos que pôde observar na goleada sobre o Maricá: Gerson e Arrascaeta.

Capitão do time, Gerson desta vez atuou mais recuado, fazendo o papel de segundo volante, função que fazia no time de 2019 e só tinha feito por 38 minutos em 2025, durante a vitória por 2 a 0 sobre o Volta Redonda. E o Coringa novamente a exerceu bem, controlando o meio de campo e aparecendo como elemento surpresa no ataque.

Na formação tática, Gerson por vezes ficava em linha com Pulgar para marcar, e com a bola ele flutuava como meia e saltava para a linha da frente, ao lado de Plata, Cebolinha/Luiz Araújo e Arrascaeta. Em tese, essa é a posição do De la Cruz, mas o Coringa mostrou que ainda sabe jogar ali.

Arrascaeta chamou o jogo para si no Flamengo x Maricá — Foto: Jorge Rodrigues / AGIF

Arrascaeta chamou o jogo para si no Flamengo x Maricá — Foto: Jorge Rodrigues / AGIF

O uruguaio colocou o jogo no bolso e foi o melhor em campo. Acertou chute no travessão; deu lindo calcanhar em triangulação com Plata e Bruno Henrique; cobrou escanteio do primeiro gol; deu lindo passe de trivela para BH em contra-ataque; fez um gol em chute no cantinho e deu ainda a assistência para o gol de Luiz Araújo.

Após ganhar a Taça Guanabara, o Flamengo deu dois dias de folga para o elenco, que se reapresenta na terça-feira no Ninho do Urubu. Neste domingo, o Rubro-Negro conhecerá o seu adversário na semifinal, que será quem terminar em quarto lugar (pode ser Fluminense, Vasco, Botafogo, Sampaio Corrêa, Madureira ou Nova Iguaçu). Os jogos serão nos próximos dois finais de semana.

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