Enquanto sul-mato-grossense leva vida normal, casos de Covid sobem 36% no feriado

Ao mesmo tempo que os casos de Covid-19 bateram novos recordes em Mato Grosso do Sul, o feriadão de Corpus Christi movimentou as cidades do interior do Estado. Os casos confirmados do novo coronavírus registraram aumento de 36,7% durante o feriado, e os positivos que na quarta-feira (10.6) eram 2.597, já somam 3.551 nesta segunda (15.6). Os óbitos provocados pela doença, saltaram de 24 para 33, representando aumento de 37,5%.

Enquanto isso, a única medida eficaz para controle da doença é ignorada, e a adesão ao isolamento social segue abaixo dos 50% na média geral do Estado, quando o índice ideal seria 70%. O mapeamento que na quarta-feira (10) registrou adesão de 36,1%, foi de 41,8% na quinta-feira (11), 35,3% na sexta (12), 39,3% no sábado (13) e 45,9% no domingo (14).

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Histórico de isolamento dos últimos 15 dias em Dourados

Nas cidades com maior número de casos, o comportamento é de negação. Em Dourados, que figura como epicentro da doença, a adesão ao distanciamento social neste domingo foi de 50%. Já Campo Grande, registrou recolhimento de 45,2%. A média de pessoas em casa em Guia Lopes neste domingo foi de (53,2%), Fátima do Sul (45,3%), e Três Lagoas (46,9%). Nas demais cidades as taxas variam entre 30,1% a 57,7%. Confira aqui a lista completa de municípios.

Durante atualização dos dados nesta segunda-feira (15.6) a equipe da Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou a necessidade de a população ficar atenta para a realidade que tem se materializado em Mato Grosso do Sul. “É muito preocupante a questão do isolamento social. Os municípios que já tiveram experiência com o surto, não podem baixar a guarda. Para que nós não tenhamos um colapso no nosso sistema de saúde”, reforçou a adjunta da SES, Christine Maymone.

Corpus Christi: população fura isolamento e barreiras sanitárias registram recordes em abordagens

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A Comissão de Controle Sanitário de Mato Grosso do Sul (CCS/MS) registrou aumento no fluxo de pessoas durante o feriado prolongado de Corpus Christi. Em quatro dias, 64,4 mil pessoas (média de 16 mil por dia) foram abordadas pelas equipes, aumento de 20% se comparado aos 54 mil registrada no Dia do Trabalhador.

Conforme os dados da comissão, o movimento durante os feriados prolongados só vem aumentando, indicando que a população não tem cumprido as recomendações feitas pelas autoridades de saúde e de segurança pública. Os registros mostram que no feriado de Tiradentes – 49,9 mil pessoas foram abordadas – desde então, os números foram crescendo para 52,8 mil na Semana Santa; 54 mil no Dia do Trabalhador e 64,4 mil no Corpus Christi. O crescimento foi de 29% no fluxo em comparação entre abril e junho deste ano.

Para o presidente da Comissão de Controle Sanitário (CCS-MS), Coronel do Corpo de Bombeiros Militar Hugo Djan, o balanço das barreiras sanitárias é positivo. “A nossa preocupação é sempre estar melhorando o atendimento e que fazer com que as pessoas se sintam acolhidas pelas barreiras sanitárias. Mas nós queremos que população também tenha conscientização, a redução do contágio só ocorre se tiver o isolamento social”.

Desde o início das operações, (30 de março – Aeroporto Internacional de Campo Grande, e 1º de abril – barreiras terrestres), as equipes já abordaram mais de um milhão de pessoas em mais 540 mil meios de transportes – de aviões à veículos de tração animal. E registram 136 casos suspeitos de Covid-19 e nenhum caso confirmado.

No Estado, a preocupação é com quem retorna ou está de passagem vindo do Estado de São Paulo, a fiscalização tem sido rigorosa nos municípios onde há barreiras instaladas. As cidades de Bataguassu, Aparecida do Taboado, Brasilândia, Anaurilândia, Três Lagoas e Selvíria divisa com São Paulo registram 711.179 mil pessoas abordadas, somente neste domingo (14.6).

O Aeroporto Internacional de Campo Grande – outra porta de entrada no Estado, registra 9.131 mil abordagens desde o início das operações, com 85 aeronaves fiscalizadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar, Vigilância Sanitária e da Infraero.

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