Biosseguridade é chave para peste suína não chegar ao Brasil
Peste Suína Africana na República Dominicana preocupa Brasil. Biosseguridade é chave para contenção do vírus, alerta especialista Os recentes casos de Peste Suína Africana (PSA) na República Dominicana ligaram o alerta em toda a América Latina, especialmente no Brasil, um dos maiores produtores e exportadores mundiais. “A crise sanitária na República Dominicana é extremamente preocupante, pois há risco da PSA se disseminar para outros países das Américas, inclusive para o Brasil. Não podemos esquecer do que ocorreu em 1978, quando houve o primeiro relato de PSA em nosso país, tendo como fonte de infecção restos de comida de uma aeronave proveniente de Portugal – país onde o vírus era endêmico na época”, alerta o médico veterinário Paulo Bennemann, gerente técnico de suínos Latam da SANPHAR Saúde Animal. O especialista da SANPHAR recomenda ações para intensificar o controle de viajantes e a entrada de produtos de origem suína no Brasil, provenientes da República Dominicana ou de qualquer outro país onde o vírus seja endêmico. “Planos que contemplem barreiras e intensificação alfandegária em portos e aeroportos devem ser implementados com a máxima urgência, assim como campanhas de orientação e esclarecimento sobre a proibição da entrada de produtos cárneos no país por meio de passageiros. Da mesma forma, é importante que os órgãos oficiais de defesa sanitária animal e até mesmo as agroindústrias discutam planos de contingência e reforcem programas de biosseguridade”. O Ministério da Agricultura, da Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou comunicado informando que está acompanhando a ocorrência de PSA na República Dominicana e reforçando o monitoramento e as medidas de proteção, visando prevenir a introdução da doença em território nacional. Paulo Bennemann ressalta que, caso o Brasil ou outro país da América Latina enfrentem surtos de PSA, as perdas econômicas seriam catastróficas, dada a grande mortalidade da doença e os abates realizados para a contenção do vírus. “De acordo com a Embrapa Suínos e Aves, um surto de PSA no Brasil, baseado na estimativa do número de animais abatidos ao ano, além de prejudicar o mercado mundial, traria prejuízos de aproximadamente U$ 5,5 bilhões somente no primeiro ano. Porém, isso é uma estimativa. Na China, por exemplo, maior rebanho mundial, houve redução de mais de 30% do plantel”, informa o especialista da SANPHAR. Bennemann afirma que o principal meio de proteção das granjas brasileiras contra o PSA, assim como para demais riscos sanitários, é o consistente investimento em biosseguridade. Como a PSA é uma enfermidade viral, os riscos são maiores. “Mapear e mitigar estes riscos, com normas realmente eficazes e auditáveis, são os principais desafios. Da mesma forma, sensibilizar os produtores sobre padrões de biosseguridade das granjas comerciais de suínos e intensificar auditorias é a base para um bom programa”, recomenda. “Programas de limpeza e desinfecção efetivos são fundamentais quando se pensa em bioexclusão e biocontenção. Aplicar de forma correta conceitos de redução de pressão de infecção é fator-chave. A SANPHAR oferece uma linha completa de desinfetantes, seja para a desinfecção úmida ou para a higienização a seco na presença dos animais. Estudos recentes demonstram que o conceito de higienização a seco é capaz de controlar desafios virais, inclusive frente ao desafio da PSA”, completa. Além disso, o especialista reforça que é importante a ação de órgãos oficiais na contenção de entrada viral. “Que momentos como estes sirvam para nos sensibilizar de que biosseguridade não pode ser algo de momento e sim deve ser uma prática diária dos sistemas de produção”, finaliza o especialista da SANPHAR.