Ale Boiani, gestora do 360iGroup, fala ao DIÁRIO sobre Turismo da Vacina
O Turismo da Vacina está acontecendo para a alegria de uns, tristeza e inconformismos de outros, pois não são todos que podem viajar para o exterior na atual conjuntura. Julgamentos à parte, países como os Estados Unidos aplicam a vacina gratuitamente aos não residentes, o que tem atraído uma onda de visitantes a diferentes cidades americanas.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Só em Nova York, por exemplo, é possível ser vacinado nos postos instalados em pontos como a Times Square e o Central Park. Para isso, é necessário cumprir um período de quarentena de duas semanas antes de ingressar no país, fato que tem ampliado a oferta para destinos como México e ilhas do Caribe. O DIÁRIO buscou apurar essas informações e entrevistou a especialista Ale Boiani, CEO e gestora do escritório 360iGroup , empresa que atua na nas áreas de seguros, finanças, investimentos e planejamento patrimonial, sucessório, tributário e fiscal, todos com atuação nacional e internacional. Confira:
DIÁRIO – Qual a garantia que o brasileiro que sai de seu país irá ser vacinado ao chegar em outro país, no caso os Estados Unidos?
Não há uma garantia direta, mas as chances são muito altas se ele cumprir com os requisitos dos Estados Unidos. O brasileiro não pode ir diretamente para lá, precisa passar 14 dias em um dos países autorizados pelos EUA. Países como México, Panamá, República Dominicana, e alguns países mais distantes , que a princípio não fariam sentido no roteiro. Cada um destes países está atuando de uma forma diferente, o que faz com que os EUA possa mudar a qualquer momento esta lista. O Panamá por exemplo, ao chegar no país precisa fazer um teste de Covid, ficar 5 dias em um “hotel hospital”, fazer mais um teste para poder sair e cumprir o restante dos dias antes de viajar para os EUA. Já o México e a República Dominicana estão aceitando brasileiros sem estas restrições, e a pessoa pode aproveitar o local nos 14 dias em que permanecer por lá.
DIÁRIO – Além do visto de entrada (para os Estados Unidos) o que ele precisa comprovar (ou não comprovar) para ser vacinado?
Teste PCR negativo 72 horas antes de embarcar, 14 dias em algum dos países autorizados, cobertura de saúde para Covid.
DIÁRIO – Além de poder ser vacinado antes de chegar sua vez aqui no Brasil, o quesito “tipo” de vacina está sendo fator na decisão do turismo da vacina? Tem detalhes?
Vejo um pouco de receio quanto a aceitação de turistas não vacinados, quanto ao tipo da vacina, nenhum país se posicionou oficialmente, embora a gente veja algumas coisas em redes sociais, que alguns países da Europa só aceitariam esta ou aquela vacina. Como isto gera impacto direto no turismo do país, me parece mais um boato do que um fato. Nos EUA estão sendo ministradas 3 tipos de vacina: a da Johnson que é dose única, a da Pfizer e da Moderna, em 2 doses .
DIÁRIO – Que tipo de seguro o viajante precisa adquirir para viajar em tempos de Covid? O seguro viagem inclui cobertura para o caso de a pessoa contrair o vírus ou ficar doente lá fora? Qual seguro contratar?
O seguro viagem serve para cobrir acidentes ou doenças agudas, inesperadas. No começo da pandemia, várias seguradoras só estavam cobrindo covid para quem já estivesse viajando. Agora várias delas estão cobrindo covid, mas isto gera um custo adicional, que não é baixo. O preço dos seguros viagem pós-pandemia subiu consideravelmente. Assim como na Europa sempre teve obrigatoriedade de contratação de seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros, o chamado Tratado de Schengen, os Estados Unidos também tem exigido comprovação de cobertura de seguro, para não terem despesas caso a pessoa adoeça durante a estadia no país. As companhias que oferecem seguro viagem no Brasil têm limitado a cobertura da doença em U$ 30 mil, mesmo que para outras coisas a cobertura seja maior.
DIÁRIO – Além dos Estados Unidos existem outros países que os turistas de vacina procuram? Quais?
Procuram os países que servem de “caminho” para chegar aos EUA , os países nos quais precisam ficar 14 dias antes de ir para terras americanas. Dentre os mais procurados, estão México, Costa Rica, Equador , República Dominicana , Bahamas e Nicarágua. Lembrando que alguns destes países também colocam restrições a brasileiros, como o exemplo que citei do Panamá, de que mesmo tendo feito o teste PCR 72 horas antes de embarcar, tem que fazer outro PCR ao chegar, outro PCR após os 5 dias de isolamento, e, 72 horas antes de embarcar para os Estados Unidos, mais um PCR para conseguir entrar no país e ir a um posto de vacinação.
Alguns países estão começando a desenvolver o turismo de vacina. Um caso curioso está acontecendo na Romênia, em um castelo na Transilvânia conhecido como o Castelo do Conde Drácula, com o objetivo de incentivar o turismo. O programa de vacinação para turistas é feito no castelo e a pessoa recebe um certificado de que foi vacinada lá e tem acesso gratuito ao museu.