Quase um terço da ponte da Bioceânica já está pronto
A estrutura ligará a cidade paraguaia de Carmelo Peralta ao município brasileiro de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul.
O Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC) aponta que 30% das obras da ponte de Bioceânica já foram concluídas. A estrutura ligará a cidade paraguaia de Carmelo Peralta ao município brasileiro de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul.
A estrutura é fundamental para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, a mega estrada que possibilitará ligar o oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do Brasil.
A mega estrada, segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias a menos.
Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.
Segundo relatório divulgado pelo ministério, até o fim de agosto já haviam sido concluídas 98% estacas, nas margens dos dois países, das 300 que vão fazer parte da base da nova ligação rodoviária internacional.
Essas estacas servem de fundação da ponte, com profundidade variável de até 45 metros, embutidas no maciço rochoso e com diâmetro máximo de 2 metros.
A ponte está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A ordem de serviço da ponte foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo governo paraguaio.
A estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três troços: dois constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Em sua página na internet, o consórcio Pybra, formado pelas empresas Tecnoedil Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, aponta a conclusão das obras no primeiro semestre de 2025.
Lado brasileiro no PAC
O governo federal deve investir pelo menos R$ 368 milhões para construir o acesso no lado brasileiro à Ponte da Bioceânica, entre Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai, e ainda para a recuperação total da BR-267, no trecho entre o distrito de Alto Caracol e Porto Murtinho.
As obras fazem parte do pacote de investimentos em rodovias da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Os valores das obras são de projeções feitas Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ao g1, em fevereiro deste ano.
Essas duas obras são fundamentais para viabilizar o trecho brasileiro da Rota Bioceânica, a megaestrada que ligará os portos de Santos (SP), no Brasil, a Iquique e Antofagasta, no Chile. O corredor de 3,4 mil quilômetros vai passar também por Paraguai, onde cruzará a região do Chaco (também conhecida por Pantanal Paraguaio) e Argentina.
Para acessar a ponte da Bioceânica, pelo lado brasileiro, conforme anunciou o governo federal, será construído um acesso, o contorno rodoviário Norte de Porto Murtinho, que terá aproximadamente 13,1 quilômetros e partirá do quilômetro 678 da BR-267 até a ponte.
Segundo o DNIT, a previsão é que a licitação dessa obra seja lançada ainda neste trimestre. O empreendimento estava estimado em fevereiro em R$ 190 milhões e o prazo de execução previsto era de um ano e seis meses.
Além desta obra, o governo federal anunciou a execução do projeto de restauração com melhoramento da BR-267, no trecho entre os quilômetros 577 e 678, do distrito de Alto Caracol ao Contorno Rodoviário Norte de Porto Murtinho.
Segundo o DNIT, neste trecho da rodovia serão construídas terceiras faixas e acostamento. O orçamento inicial desta obra no início do ano era é de R$ 178 milhões.
Equipes do DNIT já vem trabalhando na recuperação da rodovia, mas devido ao grande fluxo de carretas bitrens que transitam pelo trecho levando principalmente grãos que são escoados pelo porto de Porto Murtinho, o pavimento da estrada, que tem mais de 20 anos, não aguenta, e vários buracos tem surgido no asfalto.
Fonte: G1 MS