Tricolor fica no 1 a 1 com o Corinthians em partida que poderia dar uma vida e tanto contra o rebaixamento. Agora, depende de vários resultados paralelos
Parecia que seria possível fazer os três pontos. Parecia que a atuação seria suficiente para sair da Neo Química Arena com a vitória. Mas aí o balde de água gelada cheio de erros cai na cabeça do Grêmio. O 1 a 1 com o Corinthians, na tarde de domingo, deixa o rebaixamento por ser definido nos jogos que fecham a penúltima rodada do Brasileirão nesta segunda-feira.
Com 40 pontos, o Grêmio é o 18º colocado. Só pode chegar a 43, mesma pontuação que já têm Bahia, Cuiabá e Juventude. Estes dois jogam à noite contra Fortaleza e São Paulo, respectivamente. Se ambos pontuarem, colocam o Tricolor na Série B.
O desempenho do Grêmio até foi bom em 45 minutos de uma estratégia correta. Pressão no campo ofensivo, marcação determinada e agressiva e encarando o jogo com a importância de fato. O primeiro tempo foi ótimo.
Pode parecer loucura, mas a atuação realmente foi boa. O time conseguia vantagem pelos lados para criar chances de finalização, embora nada daqueles lances claríssimos. Assim a bola morreu no peito de Diego Souza e, na caída, foi empurrada de carrinho para o gol.
— A gente acabou tomando um gol que é óbvio que jogou uma ducha água fria em cima de todos nós. Mas ao término do jogo, agora com cabeça mais fria, a gente sabe que ainda existe uma possibilidade. Vamos nos agarrar nela. Ficou mais difícil? Ficou, sim. A gente reconhece — diz o técnico Vagner Mancini.
Diogo Barbosa passou dificuldades para controlar Willian, mas no geral o Grêmio conseguiu conter o rival. Deu poucas possibilidades de finalização para os corintianos com as linhas compactas. Fazia uma partida ajustada dentro das necessidades.
Só que veio o intervalo. E no vestiário ficou tudo isso. O Grêmio voltou bastante recuado e pronto para proteger a vantagem próximo da sua área. Estava imbuído nesta estratégia e foi assim até os 40 minutos, quando Villasanti desgarrou de Renato Augusto para pressionar Willian.
Renato recebeu com liberdade e colocou toda sua qualidade na batida para empatar a partida. Na origem do lance, Borja errou ao tentar puxar o contra-ataque e devolveu a bola para o rival. Ela encontrou as redes gremistas.
Esse erro na marcação pode ser comparado ao de Geromel contra o Bahia, ao de Rafinha no Gre-Nal, ao de Vanderson contra o Atlético-GO ou de Elias contra o América-MG.
— Eu acredito no plantel do Grêmio, no trabalho que tem sido feito. O Grêmio vem crescendo. É uma pena que a gente teve uma falha corriqueira, ela vem ocorrendo há muito tempo. Conversa no vestiário, a gente treina a semana inteira, é exaltado, é discutido e parece que a ficha não cai — lamentou o vice de futebol Denis Abrahão.
Ou de antes, quando o Tricolor tinha ainda chance de pular para fora do Z-4 e as desperdiçou. Erros em momentos decisivos para o Grêmio. Que passam também pela comissão técnica, porque Vagner Mancini adotou a estratégia de recuar para tentar contra-atacar. Tudo bem.
Mas tirou e não recolocou peças que pudessem fazer a transição funcionar. Na entrevista coletiva, ele justificou que Alisson não treinou nos últimos quatro dias. Ok. Mas estava lá no banco, enquanto o jovem Elias estava em Porto Alegre assistindo ao jogo pela Globo.
A resposta de Mancini também indica uma clara situação: o grupo gremista não é suficiente para enfrentar a briga contra o rebaixamento. O treinador colocou em campo as alternativas que ele entendia que poderiam executar a ideia. Mas o Grêmio teve dificuldades para conseguir engatar o contra-ataque tão sonhado.
O gol sofrido deixou a segunda-feira com uma cara pior do que já normalmente ocorre. A ressaca pode durar todo 2022.