Mistura de temperos e culturas formam a identidade da gastronomia regional
Uma das mais agradáveis características da Capital Morena é sua gastronomia, formada pela miscigenação de vários povos e culturas.
A variedade oferecida por essa fusão de temperos, sabores e ingredientes tornam Campo Grande – que no último dia 26 de agosto completou 122 anos, singular exatamente pela mistura de tantas tradições.
Com influências vindas de países fronteiriços a Mato Grosso do Sul, como Paraguai e Bolívia, a cidade revela em sua gastronomia as influências portuguesa, italiana, árabe, asiática e hispânica e ainda aquelas oriundas de todos os cantos do Brasil, como as vidas das regiões, Sul, Sudeste, Norte e Nordeste e claro, a influência indígena, muito forte no cotidiano regional.
As influências que formam o DNA cultural da cidade são facilmente reunidas em uma única mesa, se tornando inclusive, parte da própria cultura local, como o porco no rolete, a linguiça e o churrasco.
A mandioca e o peixe, oriundos das tradições indígenas, são parte do cardápio cotidiano, assim como da cultura oriental temos o sushi e sobá, que fazem parte das preferências do campo-grandense, mas há ainda o mineiro pão de queijo, o goiano arroz com pequi, a boliviana saltenha e tantos outros pratos tão distintos entre si, com sabores exclusivos, são facilmente aceitos e inseridos aos hábitos locais.
Já a cultura paraguaia se revela com mais influência. A chipa e a sopa paraguaia são apenas alguns produtos que integram a culinária local, já tão incorporada como se fosse tipicamente campo-grandense.
Essa forte influência é movida pela miscigenação entre os países fronteiriços. Mato Grosso do Sul abriga cerca de 300 mil paraguaios, dos quais 80 mil estão concentrados em Campo Grande, fortalecendo a cultura do paraguaia na cidade.
Em proporções menores, mas significativas, vemos a cultura oriental. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Campo Grande conta com cerca de 12 mil descendentes de japoneses em sua população e em Mato Grosso do Sul, o número passa dos 32 mil.
“O campo-grandense é um povo acolhedor, pois, recebe e incorpora à sua rotina, várias tradições trazidas dos quatro cantos do Brasil e de outros países. Podemos dizer que temos a mais democrática gastronomia entre todos, já que em uma única mesa, conseguimos reunir praticamente todas as culturas, todos os sabores e toda bagagem histórica dessa pluralidade”, avalia Zito Ferrari, gestor da Assessoria de Projetos da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Um exemplo dessa postura acolhedora é a variedade de restaurantes ou espaços que trabalham com pratos típicos de regiões ou países, aliados às demais culturas. A Feira Central, a rua Bom Pastor, os shoppings e os centros gastronômicos são a mais real prova das inúmeras opções, que resultam em mais uma característica da riqueza cultural local.
“Nossa gastronomia é rica em diversidade e, com certeza faz parte da celebração da história de Campo Grande. Quem passa pela cidade, logo identifica a miscigenação e, literalmente, as opções para todos os gostos”, comenta João César Mattogrosso, secretário de Estado de Cidadania e Cultura.
Texto: Elcilene Holsback
Publicado por: Gisele Colombo