Itália encara a Áustria com banca de favorita nas oitavas de final da Eurocopa
No início do século passado, a ainda não tão poderosa Azzurra precisou de 11 jogos para vencer pela primeira vez a rival deste sábado, mas agora já ostenta seis décadas de invencibilidade no confronto
Campanha perfeita na primeira fase da Eurocopa, com três vitórias e sem levar gol, 30 jogos de invencibilidade e um histórico vencedor, com quatro títulos mundiais e um europeu, em 1968. Estes são os argumentos nada modestos que fazem da Itália a favorita absoluta no duelo das oitavas de final contra a Áustria, neste sábado, às 16h (horário de Brasília), no estádio de Wembley, em Londres.
Do outro lado, a seleção austríaca, que só disputou sete Copas do Mundo e está apenas em sua terceira Euro, pela primeira vez no mata-mata. Uma equipe com pouquíssima bagagem internacional, mas que tem como incentivo um retrospecto surpreendente. Ainda que a vantagem nos confrontos seja italiana, a distância é bem menor do que o peso das camisas faria supor: em 37 partidas (incluindo duas por Olimpíadas, no início do século passado), são 17 vitórias da Azzurra e impressionantes 12 da Áustria, além de oito empates, com 57 gols feitos pela Itália e 48 sofridos.
Do lado italiano, o técnico Roberto Mancini não se deixa iludir pelo favoritismo.
– A Áustria é uma excelente seleção, com jogadores muito técnicos, um time agressivo. Não vai ser fácil vencê-los, precisamos estar preparados para este jogo – disse Mancini.
Hoje tratada com merecida reverência, a seleção italiana já foi freguesa dos austríacos. O primeiro encontro ocorreu em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo: goleada por 5 a 1 do então Império Austro-Húngaro, união geopolítica que durou até o fim da Primeira Guerra Mundial. Foram dez partidas de domínio, até 1929, com seis vitórias austríacas e quatro empates.
O primeiro triunfo italiano ocorreu apenas em 1931: 2 a 1, no San Siro, na abertura da antiga Copa Centro Europeia, dando início à virada no retrospecto. E vieram as competições oficiais, onde a Itália realmente faz valer sua força: venceu os quatro jogos em Copas do Mundo, além da decisão da medalha de ouro nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, frustrando a torcida do austríaco naturalizado alemão Adolf Hitler.
As duas seleções se enfrentaram outras três vezes em Copas do Mundo, sempre com vitória italiana: em 1978 (1 a 0), 1990 (outro 1 a 0, com Roberto Mancini no banco de reservas) e 1998 (2 a 1).
Se o início do confronto foi amplamente favorável à Áustria, a Itália já soma seis décadas de domínio: a última derrota da Azzurra aconteceu em 1960. Em 13 jogos disputados desde então, a Itália venceu dez e empatou os outros três.
Para o técnico da Áustria, depois de levar a seleção para as oitavas da Euro pela primeira vez, por que não sonhar com outro resultado histórico?
– Nosso time já alcançou algo espetacular, mas queremos dar mais esse passo e chegar às quartas. A Itália tem tido performances convincentes nesta Euro, e é uma seleção perigosa, por isso temos que ficar atentos para não cometer erros. Acho que será um grande jogo – observou Franco Foda.
No encontro deste sábado, o primeiro entre as duas seleções numa Eurocopa, a Áustria vai precisar se inspirar no bom retrospecto do passado para surpreender uma Itália que há muito deixou para trás os tempos de freguesia e hoje bota banca contra qualquer adversário nesta Euro.