Pandemia eleva em mais de 170% custo do transporte marítimo de cargas, diz Abiarroz
A pandemia de covid-19 também teve impacto no custo do transporte marítimo de cargas. Na cadeia arrozeira, houve aumento médio de mais de 170% no frete, chegando a 300% em alguns casos, segundo levantamento feito pelo projeto Brazilian Rice, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) em parceria com a Apex-Brasil.
O levantamento é resultado de consulta da equipe do Brazilian Rice a um grupo de empresas exportadoras de arroz beneficiado associadas à Abiarroz, informa o diretor de Relações Internacionais da entidade, Gustavo Trevisan. As empresas consultadas exportam a partir do Porto de Rio Grande (RS).
Neste período de pandeia, houve ainda uma piora de 50% nas operações de transporte marítimo de cargas, conforme o levantamento. Isso, assinala Trevisan, fez com que 33% das empresas do setor arrozeiro reduzissem as exportações. Outras 50% mantiveram o volume de embarques e 17% aumentaram.
“Há falta de espaços nos navios para embarcar as cargas de arroz”, diz Trevisan. Além disso, pontua, o setor enfrenta a escassez de contêineres para o transporte do produto. O levantamento mostra ainda que houve aumento no tempo de espera para o cereal chegar ao seu destino e indisponibilidade de carga para o embarque.
Segundo a gerente de Exportação da Abiarroz, Carolina Telles Matos, a alta do custo do frete marítimo para o setor acaba se refletindo no valor final do arroz para o consumidor. “Por isso, não basta reduzir a tarifa de importação no Brasil. Também é preciso que haja queda no custo internamente.”
“A alta no custo do frete marítimo está inviabilizando negócios no setor arrozeiro exportador”, enfatiza a gerente de Exportação da Abiarroz.
Diante disso, ressalta Carolina, o Brazilian Rice está intensificando as ações para a abertura de novos mercados, como o México, países da América Central e Canadá. “Esses são mercados prioritários para a celebração de novos acordos comerciais para impulsionar as nossas exportações de arroz.”
Na linha de abertura de mercado e facilitação de negócios, o projeto também acompanha as negociações do Mercosul, como a proposta do governo de redução da Tarifa Externa Comum (TEC) no bloco, o acordo Mercosul-Canadá e tratativas de cotas para exportação de arroz para o Reino Unido, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, acrescenta a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva.
Por Abiarroz
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