Ministério inclui laboratórios do agro na produção de vacinas contra a Covid-19
O ministro Marcelo Queiroga já havia mencionado essa possibilidade de utilizar os laboratórios de saúde animal com Tedros Adhanom, presidente da OMS.
Os laboratórios ligados ao agronegócio estão incluídos na estratégia do Ministério da Saúde para produção de vacinas em quantidade suficiente para imunizar a população brasileira. A informação foi dada pelo ministro Marcelo Queiroga, ao anunciar acordos e negociações para compras de vacinas destinadas a uma eventual nova rodada de imunização. Queiroga prestou depoimento à CPI da Covid-19, nesta terça-feira, 08.
O ministro destacou o PL 1343/2021, do senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão Temporária designada para discutir as ações de enfrentamento à pandemia, que autoriza que os parques de saúde animal possam produzir vacinas de humanos. A proposta, já aprovada pelo Senado, deve ser votada ainda esta semana pela Câmara dos Deputados, seguindo posteriormente à sanção presidencial.
Em abril, Marcelo Queiroga já havia mencionado essa possibilidade de utilizar os laboratórios do agro com Tedros Adhanom, presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS). Posteriormente, ao lado da ministra de Governo, Flávia Arruda, visitou uma das fábricas de produtos de saúde animal no interior de São Paulo. A visita contou com a presença de representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pesquisadores.
Além da aprovação legislativa e posterior sanção presidencial, a produção de vacinas pelos laboratórios do agro depende também da liberação pela Anvisa, que já iniciou inspeção das plantas industriais interessadas em produzir imunizantes. Paralelamente, Fagundes articula medidas que possam resultar em acordo com fabricantes de vacinas contra Covid-19 para transferência de tecnologia.
Segundo o senador mato-grossense, há pelo menos três grandes laboratórios em condições de biossegurança e com capacidade tecnológica para produzir o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) tanto por método baseado na inativação do vírus, a exemplo do que ocorre com as vacinas contra febre aftosa, como também por mRNA, utilizado pela Pfizer/AstraZeneca.
“Estamos otimistas e avançando em busca de soluções e trabalhando nesse sentido porque o Brasil precisa e tem condições de produzir vacinas aqui mesmo. Não apenas este ano como para os anos seguintes, já que vamos levar pelo menos de dois a três anos para controlar a pandemia” – assinalou Fagundes.
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